segunda-feira, 8 de junho de 2009

SONDAGENS ESCANDALOSAS

Nos primeiros minutos da madrugada de domingo, dia das eleições europeias, escrevi no meu blogue "DIREITO DE OPINAR", sob o título "Descaradamente violado o dever de isenção", aquilo que achei ser um escândalo vergonhoso relativamente ao tratamento privilegiado que foi dado pelas sondagens e pela imprensa, em geral, ao Partido do Primeiro-Ministro José Sócrates, antes e durante toda a campanha eleitoral.
Nessa mensagem, escrevi no último parágrafo, o seguinte:

"Nestas eleições, depois de todas as peripécias e ilegalidades a que assisti, gostava que o tiro saisse pela culatra, para que aqueles que se empenharam na realização de trabalhos menos dignos (leia-se, sondagens e artigos de opinião), sejam obrigados a reflectir e a corar de vergonha".

Acertei em cheio. A pouca vergonha das sondagens realizadas por empresas irresponsáveis e sem credibilidade, reflectiu-se nos resultados finais dos votos entrados nas urnas, esses sim, expressando a vontade dos eleitores.
Inacreditavelmente, vergonhosamente, as sondagens manipularam os resultados de forma escandalosa ao garantirem uma vitória do PS com 4 a 5 pontos de vantagem sobre o PSD.
Entre a ficção das sondagens e a realidade dos votos, há uma diferença de 10 pontos percentuais!!! É inacreditável um engano desta natureza inventado, sustentado e dado como certo, até ao último segundo do encerramento da campanha.
Como é possível que algum cidadão português, de boa fé, acredite em sondagens se a mesma fantochada se passou relativamente ao CDS/PP? Este Partido já foi várias vezes dado como extinto, em anteriores sondagens e para as eleições europeias voltaram a vaticinar-lhe esse desfecho, atribuindo-lhe uma percentagem entre os 2 e os 4 por cento e zero deputados eleitos. Para vergonha de quem lhe vaticinou tais resultados, o CDS/PP conquistou os votos e a simpatia de cerca de 8,5% dos eleitores e elegeu 2 deputados para o Parlamento Europeu.
Nestas eleições, como já havia sucedido em anteriores, houve dois partidos beneficiados pelas sondagens e pela comunicação social: o PS foi privilegiadíssimo e o BE tratado com muita simpatia.
Em democracia, tais comportamentos não são toleráveis, sendo obrigação das autoridades fiscalizadoras denunciar essas situações e punir os infractores. Enquanto isso não acontecer, haverá sempre gente sem vergonha disponivel para prejudicar uns e favorecer outros, por dinheiro, fanatismo ou insuficiência intelectual.
O Partido Socialista foi poupado a sondagens negativas porque alguém estava interessado em não afectar o moral dos seus apoiantes; o PPD/PSD foi, pelo contrário, confrontado sistematicamente com sondagens que omitiam o verdadeiro sentido do voto, para ser vencido pelo desânimo e contentar-se em perder por poucos.
Alguém está em condições de avaliar os resultados finais destas eleições europeias se os cidadãos eleitores tivessem tido conhecimento, em tempo útil, de toda a verdade? Se não fossem manipulados?
É nossa convicção de que se tivesse havido verdade nas sondagens e na imprensa em geral, o PPD/PSD tinha beneficiado com tal situação e a vitória podia ter sido bem mais expressiva.
Neste País, há quem continue obstinadamente, através de métodos e padrões de vida ética e moralmente reprováveis, a perpetuar no poder, fazendo ouvidos moucos aos insistentes sinais de aviso dos cidadãos.
Há quem não queira olhar para esses sinais, preferindo continuar a praticar todo o tipo de atropelos e maningâncias e a fazer do povo trouxa e ignorante. Se assim não fosse, não seria possível fabricar e publicar sondagens que ofendem a dignidade de todos quantos ainda privilegiam a verdade, a honra e a justiça.
Essa espécie de profissionais que de alguma forma contribuíram para a fabricação de tais sondagens, tenham vergonha e mudem de profissão.


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