sábado, 6 de fevereiro de 2010

O TITANIC


O Senhor Primeiro-Ministro tem vindo a trilhar caminhos perigosíssimos com a sua obsessão desmedida de querer "eliminar" todos quantos critiquem a sua acção governativa que só têm trazido maus resultados para o País.

Na verdade, a situação económica portuguesa tem piorado de dia para dia, enfrentando o maior déficit de que há memória, de tal modo que o mesmo exige medidas dolorosas urgentes de contenção e diminuição, sob pena de colocar em causa a independência nacional e a ingovernabilidade do País.

Na falta de uma acção governativa forte e credível, a bolsa de Lisboa tem vindo a desvalorizar desde o princípio do ano mas só na última semana perdeu qualquer coisa como 4,6 mil milhões de euros, fruto da debandada de milhares de investidores estrangeiros que não acreditam na redução do déficit e na retoma da economia.

Mas porquê esta doentia obsessão do Primeiro-Ministro de usar o poder para silenciar os que denunciam os seus obscuros planos, em vez de se preocupar com a governação do País e em garantir emprego e bem-estar aos portugueses?


Não é suposto que haja em democracia formas de pensar e agir divergentes? Pluralidade de pensamento?

Oh Senhor Primeiro-Ministro, censurar é feio e não é admissível num regime democrático. Se não quer ser alvo de críticas, deixe de praticar actos indignos de um Primeiro-Ministro e assuma com honra e dignidade o alto cargo que desempenha e verá que a comunicação social e os portugueses, em geral, deixarão de ter motivos para o criticar.

Como é possível manter o barco da governação a navegar, livre de perigos, se o seu Comandante está constantemente fora do leme? Se anda constantemente ocupado com assuntos que não interessam a Portugal nem aos Portugueses?

Como é possível que o Primeiro-Ministro possa tratar dos verdadeiros problemas do País, se passa grande parte do seu tempo atarefado e enredado a fazer desmentidos, a dizer que não disse, a dizer que não fez, a dizer que não tinha conhecimento, a dizer que é mentira, a dizer que é uma campanha negra contra si, que é uma cabala para o destruir, a dizer... enfim... tudo quanto lhe vem à cabeça para tentar sacudir a água do capote.

Nas últimas eleições, não foi sério para com os seus concidadãos e não foi capaz de lhes dizer a verdade sobre a grave situação do País. A verdade, crua e nua, está agora a saber-se, dia após dia, aos bochechos, através da tal comunicação social que não alinha em planos de silenciamento e o que se lê e ouve relativamente à economia do País e aos mais absurdos e obscuros planos contra a liberdade de imprensa, é absolutamente tenebroso.

Mas o que mais me espanta no meio de todo este desvario é que não haja ninguém na estrutura socialista nem na composição governativa que seja capaz de se demarcar de todas estas graves trapalhadas e fazer ver ao seu líder que com este tipo de actuação, está a arruinar a economia e a tornar cada vez mais difícil a vida dos portugueses, a descredibilizar o País, interna e externamente, a manchar a democracia e a minar irremediavelmente a própria estrutura do Partido Socialista que vai sofrer grave revés em próximos actos eleitorais.

Desgraçadamente, o Governo e o Partido Socialista estão a fazer o papel da orquestra do navio TITANIC que continuou serena e tranquilamente a tocar enquanto o navio se afundava.



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