IMAGEM RETIRADA DO GOOGLE
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Sempre achei Manuela Moura Guedes uma mulher ousada, sem rabos de palha, uma jornalista corajosa e frontal que quis ir sempre mais além, levando as investigações até às últimas consequências em casos que outros não tiveram coragem e independência para abordar ou então, se o fizeram, foi para atingir fins que nada tinham a ver com a descoberta da verdade, pretendendo provavelmente (tenho verificado isso tantas vezes nos últimos 38 anos!), publicar e fazer vingar umas mentiras e forjar alibis para defender os culpados.
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A sua forma de fazer jornalismo, cortando a direito, sem olhar ao estatuto social das pessoas visadas nem pactuando com qualquer tipo de compadrio ou subserviência, valeu-lhe um grande número de inimigos poderosos, incluindo o então primeiro-ministro Sócrates, os quais não descansaram enquando não suspenderam o Jornal Nacional de Sexta-feira da TVI que ela desassombradamente apresentava e silenciaram a sua voz acusadora.
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Neste dia 25 de Abril de 2012, volvidos 38 anos após a revolução dos cravos, é minha intenção homenagear todos aqueles que se bateram contra a mordaça e enfrentaram o Poder, na pessoa dessa mulher corajosa, MANUELA MOURA GUEDES, maltratada pelo regime democrático por ser uma profissional de excelência e pretender informar com verdade os portugueses, dando publicidade no meu modesto blogue, a um dos seus últimos artigos publicado no CM.
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Ao longo destes 38 anos de democracia (?) foi sem dúvida o poder político aquele que mais prevaricou e mais contribuiu para a degradação do País e a miséria da maioria dos portugueses. A sua promiscuidade relativamente ao poder Local e Judicial e a sua vergonhosa subserviência ao poder económico e financeiro, sentenciou esta trágica situação em que Portugal se encontra e da qual dificilmente sairá.
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Se o poder político em vez de combater, injustiçar e silenciar Manuela Moura Guedes e outras personalidades que como ela tentaram denunciar as poucas-vergonhas da corrupção e os esquemas fraudulentos que delapidaram a economia, a tivessem escutado com atenção e feito investigações sérias a tais denuncias, teriam sido punidos os criminosos, estancada a delapidação do erário público e evitado tantos sacrifícios, desemprego, fome e miséria à maioria da população portuguesa.
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Desde sempre estive de acordo com as denúncias feitas pela ousada jornalista da TVI e concordaria também com muitas outras, tenho a certeza, que ela gostaria de ter feito e foi vergonhosamente impedida de o fazer.
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No dia em que se celebra o 38º aniversário da revolução dos cravos, passando em revista tudo quanto aconteceu e que a minha memória abarca, lamento não ter razões pessoais para sair à rua de sorriso aberto e cravo ao peito para festejar a efeméride.
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IMPUNIDADE
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Por: Manuela Moura Guedes (CM 20.04.2012)
Por: Manuela Moura Guedes (CM 20.04.2012)
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Enquanto a Justiça for ajustada a cada cliente, tipo fato por medida, Portugal nunca será um país decente. É com total despudor que se passa por cima de princípios, regras e evidências, que os agentes do próprio Sistema mentem, fazem de conta ou dão explicações estúpidas para justificar atrasos, interpretações, arquivamentos e absolvições.
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A sentença do caso Portucale é de estarrecer. Nada, mas mesmo nada o tribunal deu como provado, a não ser a versão pura dos "flagelados e inocentes arguidos". Três ministros, dias antes das eleições, consideraram de "imprescindível utilidade pública" o projecto turístico do Grupo Espírito Santo, autorizando o abate de mais de 2500 sobreiros, depois de dez anos de chumbos, e Abel Pinheiro foi apanhado ao telefone com um administrador do GES a dizer "fazendo as contas, nós metemos na mão [com decisões amigas] da sua gente mais de 400 milhões de euros nas últimas 3 semanas".
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Entre as suspeitas de financiamento ao CDS, ficou o processo dos submarinos, agora em águas paradas, depois de ciclicamente vir à tona conforme as conveniências políticas. Agora, é obviamente fase de pousio justificada com desculpas do PGR desmentidas pelo Ministério da Justiça.
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São nódoas que se estendem, enormes, para o Freeport, com catadupas de testemunhas a incriminarem Sócrates, que não foi acusado nem arguido, nem sequer ouvido e que continua a ser "Engenheiro" porque a Dra. Cândida Almeida se recusa a reabrir um processo que ela arquivou porque quis, tal como o Presidente do Supremo quis, apagar as escutas do ‘Face Oculta’.
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O multifacetado professor António J. Morais, acusado de corrupção no caso Cova da Beira, está para ir a julgamento há ano e meio, mas continua a fazer a sua vidinha, tal como Dias Loureiro faz a sua e muitos outros ligados ao buraco de cinco mil e tal milhões do BPN. A lista é interminável porque se vai ajustando à medida das necessidades, tal como se ajusta a composição dos juízes do Tribunal Constitucional de acordo com as políticas de austeridade do Governo.
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O problema atravessa de alto a abaixo todo o Sistema, não é novo, e à força da repetição faz jurisprudência – a impunidade é lei. Mas um país que a aceita e nada faz para mudar, merece mesmo ser tratado abaixo de cão.
5 comentários:
Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa
Exmo Senhor,
De facto, a única coisa que continuo a ver, é conversa.
Eu nunca vi um País tão pequeno, com tanta, sem o devido Castigo, CORRUPÇÃO!!!!!
Infelizmente, qualquer Partido dos que nos têm governado, comete as mesmas Arbitrariedades. Quem se meter com eles, de alguma maneira, apanha por tabela.
Eu não considero, isto, pelo menos, para o Zé Pagante, Democracia.
Afinal, Democracia, não implica Justiça igual, para todos?
Enquanto estes Casos de Corrupção, continuarem impunes e o desgraçado que rouba, por necessidade, um Pão, for castigado, só se pode chamar, a isto, Democracia Carnavalesca.
Laranjeiro, 26-04-2012
Olá Manuel,
Sei que a TVI é o canal mais popular entre os Portugueses, mas não o vejo.
Parece-me tudo muito "tu cá tu lá", não há suficiente postura, enfim... mas o povo gosta.
Quanto à jornalista, em questão, o importante é "bater" em todos.
Tem um excelente marido, isso tem.
Não sei se poderei chamar "àquilo", que a Dra. Manuela Moura Guedes fazia, jornalismo, mas, como ela é mulher e eu, também, talvez compreenda, algumas das suas atitudes, em televisão, e com as quais não concordo.
Estou a lembrar-me da entrevista que esta senhora fez ao Dr. Marinho Pinto, de quem gosto muito.
Palavras minhas para quê! O entrevistado disse tudo o que tinha para dizer.
Abraço, com estima.
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