terça-feira, 10 de setembro de 2013

UMA DEMOCRACIA DECADENTE

Já por diversas vezes abordei este tema no meu Blogue, apontando as causas de tal decadência e só quem anda muito distraído ou embrulhado e entretido com as nefastas e ineficazes actividades políticas dos Partidos é que ainda não deu conta dessa trágica realidade.
 
Era necessário que todos os portugueses tivessem a clarividência e independência necessárias para poderem avaliar e percepcionar a situação de decadência em que se encontra a democracia portuguesa, para que pudessem agir radicalmente contra aqueles que a provocaram. 
 
Mas como poderão aqueles que seguem fanaticamente  a política desastrada dos Partidos avaliar com rigor a prestação dos seus líderes se apenas têm olhos para condenar os opositores? Como poderão esses "seguidores" condenar os crimes cometidos pelos seus comparsas se fazem parte da mesma "família" e comungam dos mesmos ideais?
 
A propósito, li hoje um artigo de opinião no "CM", assinado por Paulo Morais, Prof universitário que me deliciou. Este artigo retrata de forma sublime as principais causas da decadência da nossa democracia e merece chegar ao conhecimento da maioria dos portugueses para que de uma vez por todas acordem e comecem a tratar os políticos e os governantes como merecem e não lhes dando no futuro qualquer margem de erro. Deliciem-se com esse artigo:
 
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Por Paulo Morais "CM", Prof. Universitário
 
Residente da República
 
Imagem retirada do Google
Este regime constitucional está agonizante: a Assembleia da República, sede da democracia, abastardou-se, os governantes mentem todos os dias, o povo tem sede duma justiça que nunca chega. O representante máximo do sistema, Cavaco Silva, já não exerce as suas funções presidenciais.
 
Ao Parlamento está atribuída a função constitucional de legislar. Mas os deputados entretêm-se apenas a fazer negócios. Várias dezenas acumulam a função parlamentar com a de administrador, diretor ou consultor de grupos económicos que beneficiam de favores do estado. Os restantes pactuam com esta promiscuidade. A Assembleia também não fiscaliza, como lhe competiria, a atividade governativa. Os deputados da maioria apoiam acriticamente as atitudes do governo, os da oposição são cadeias de transmissão das direções partidárias, os grupos parlamentares estão reduzidos à condição de claques.
 
Entretanto, a legislação de maior relevância económica é produzida nas grandes sociedades de advogados. Os seus associados apresentam-se nos tribunais a litigar com base em leis que eles próprios produziram, violando o princípio constitucional da separação de poderes.
O governo, esse, está sem rumo. As medidas mais relevantes deste executivo são contrárias ao que Passos Coelho havia prometido em campanha, rompem o compromisso assumido com o eleitorado. Passos mentiu-nos e é, afinal, um mero seguidor das políticas de José Sócrates: reduz pensões e salários, fustiga cidadãos e empresas com impostos. Continua a beneficiar os bancos, aos quais garante elevada remuneração pela dívida pública e fundos para recapitalização; mantém os privilégios dos especuladores imobiliários, nomeadamente isenções fiscais, a nível de IMI e IMT. Garante taxas de rentabilidade obscenas nas parcerias público-privadas
Entretanto, o sistema judicial claudica. Sem independência e sem meios, revela-se incapaz de combater a corrupção que sequestrou o regime.
 
Só uma intervenção da Presidência da República poderia agora desencadear um processo de regeneração. Mas o residente de Belém, que jurou a Constituição e é o responsável pelo regular funcionamento das instituições, assiste, imóvel, ao estertor desta democracia moribunda.
 

3 comentários:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Assim é, efectivamente, uma Democracia decadente, podre e moribunda.

Mas isto é alguma Democracia?

Uma Democracia em que, mais uma vez, vão tirar a quem ganha, quatro centos e tal Euros e não vão tirar a quem nos colocou nesta situação, não é, de facto, uma DEMOCRACIA, mas sim, uma Ditadura!!!!!!!!!!!!

O que diz o Exmo Senhor Dr Paulo Morais, é a mais pura das verdades.

Assim sendo, porque é que o Poder Político não acaba com esta pouca vergonha? Não respondam, Senhores Políticos, pois nós já sabemos porquê.

Isto está a tomar proporções de tal ordem que não sei onde é que vamos parar!!

Não seria de bom tom, agirem antes que seja tarde? Por mim, acho que sim mas eles é que sabem.
Laranjeiro, 10-09-2013

Unknown disse...

Um povo ignorante como o nosso não merece democracia, pois não sabe que o direito de um termina quando começa o direito do outro, democracia desta maneira serve para ¨meia duzia¨ que querem se enriquecer as custas da desgraça, da promiscuidade, e da baderna da população; nosso meio jornalistico mais incita o povo a esse tipo de comportamento, pois para eles quanto mais desgraça melhor; em outras palavras as nossas emissoras são um lixo e tem enorme parcela para estarmos em uma situação para pior decadencia de uma sociedade.

Manuel Carmo Meirelles disse...

Caro amigo André Fernandes

De facto tem toda a razão: um povo ignorante não merece democracia. Temos assistido continuamente a esses actos de ignorância quando o povo aclama e eleje vigaristas, condenados por diversos crimes de apropriação ilícita e corrupção. O povo premeia os bandidos e castiga aqueles que procuram trabalhar em prol do País e dos portugueses.
Por outro lado, tem toda a razão quando diz que a imprensa em vez de esclarecer ainda incita o povo a fazer o jogo daqueles que o roubam e lhe fazem a vida negra.
É por tudo isso, meu caro amigo que o País está nesta miserável situação e será difícil encontrar um rumo de esperança enquanto o povo não abrir os olhos.
Boa semana.