terça-feira, 15 de setembro de 2015

DR. ANTÓNIO COSTA, O TEMA EMIGRAÇÃO MERECE MAIS RESPEITO



Imagem retirada do Google

O Secretário-Geral do Partido Socialista, em situação de desespero, deita mão a todos os temas para fazer campanha eleitoral e atacar a coligação que governa, mesmo que a utilização de muitos dos temas não faça qualquer sentido e acabem por descredibilizar e ridicularizar quem tem o desplante de os utilizar.

O Dr. António Costa ao atacar o governo com o tema da emigração com o objectivo de lhe causar embaraços e caçar os votos dos portugueses nas próximas eleições legislativas de 4 de Outubro, está a lavrar em crasso erro porque o problema da emigração não é um problema dos nossos dias nem deste governo, mas antes uma herança genética que começou praticamente com a fundação do Reino de Portugal, há cerca de nove séculos.

O Dr. António Costa não deve gostar mesmo nada da brilhante História de Portugal e dos feitos gloriosos dos nossos antepassados que preenchem as suas páginas. Se gostasse, saberia com certeza que os portugueses começaram a rumar a outras paragens espalhadas pelo mundo, por volta do século XII, primeiro na Europa e depois pela África, América, Ásia e Oceânia, fundando Países e construindo cidades, tendo demonstrado ao longo dos séculos uma criatividade e uma capacidade de trabalho ímpar que muito contribuíram para o desenvolvimento dos locais onde se fixaram.

Mas o Dr. António Costa como não gosta da História de Portugal, nada sabe desses feitos gloriosos dos milhões de portugueses emigrantes espalhados pelo mundo nem tão pouco o que foi o período da expansão imperial e colonial. Não sabe, portanto, que Portugal é, por natureza, um País de emigrantes. Foi assim durante a monarquia e continuou a sê-lo na Primeira e na Segunda República e não acabou com a instauração da democracia na alvorada de 24 de Abril de 1974.

E porque haveriam de deixar de emigrar os portugueses, agora que o Mundo se tornou numa pequena aldeia global, tudo à distância de um click, tudo facilitado com a livre circulação de pessoas e bens e com  os locais mais longínquos do planeta a uma distância de meia dúzia de horas?

Agora é fácil emigrar, ao contrário do que acontecia no passado. Hoje é tudo perto mas antigamente era tudo longínquo e extremamente difícil de alcançar. O Dr. António Costa, por muito que critique e clame pelo regresso dos emigrantes, sabe que não o vai conseguir e até aposto que quando acabar a campanha eleitoral nunca mais se vai lembrar do tema.

O Secretário-Geral do Partido Socialista pensa uma coisa e diz outra, na medida em que sabe que os portugueses vão continuar a emigrar e a escolher os Países onde melhor possam atingir os seus objectivos, o que não deixa de ser uma iniciativa louvável, já que é absolutamente legítimo que os portugueses continuem a procurar melhores condições de vida.

Utilizar o tema da emigração para criticar o governo não é sério e demonstra uma enorme falta de responsabilidade e bom senso, sobretudo porque um candidato a primeiro-ministro deve demonstrar que tem capacidade e perfil para desempenhar tão importante cargo.

Um candidato a primeiro-ministro, não pode brincar com o fogo e não pode pedir aos emigrantes, em todos os seus comícios da campanha eleitoral, para regressarem ao País. Um candidato a primeiro-ministro não deve enredar-se em constantes fait divers e conversas da treta; um candidato a primeiro-ministro deve preocupar-se em discutir com seriedade os imensos problemas do País, informando os portugueses como pensa soluciona-los.

Dr. António Costa, respeite os mais de 5 milhões de emigrantes portugueses que labutam por esse mundo fora e remetem, mensalmente, parte das suas poupanças para Portugal. O Senhor sabe que não é possível dar-lhes, aqui , no seu País de origem, uma vida digna.

Por outro lado, se não fosse a emigração, Portugal teria actualmente mais de 40 milhões de habitantes, pois o total de portugueses e luso-descendentes até à terceira geração soma cerca de 31,9 milhões no estrangeiro, segundo um estudo realizado pelo empresário português Adriano Albino, baseado nos portugueses que emigraram para as diversas partes do mundo, entre 1951 e 1965.

Dr. Costa, haja respeito pelos emigrantes portugueses, pessoas extraordinariamente trabalhadoras e corajosas que muito têm ajudado Portugal. Não prometa aquilo que não pode dar. E sobretudo, antes de acusar os outros de não honrarem a sua palavra, lembre-se que prometeu aos munícipes de Lisboa levar o mandato de Presidente da Câmara até ao fim e não o fez. Dizer aos portugueses residentes e emigrados que "palavra dada é palavra honrada", não passa de um chavão demagógico e sem sentido, em tempo de campanha eleitoral.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Efectivamente, sempre que há Eleições, os Candidatos arranjam todos os estratagemas e mais um, para atingirem o PODER!

De facto, com os Políticos que, ao longo da História, temos tido, se não fosse a Emigração, era, com tanta gente, um caos total, neste Cantinho, à Beira Mar plantado.

Parece que ainda não é desta vez que os Políticos fazem aquilo que estão a prometer.
Laranjeiro, 01-10-2015