quarta-feira, 21 de setembro de 2016

INTERESSES ILÍCITOS ALIMENTAM OS FOGOS

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Imagem retirada do Google    

De ano para ano, o número de fogos aumenta exponencialmente e a área ardida também. Só este ano já ardeu uma área superior a 100 mil hectares, cerca de metade de toda a área ardida nos países da União Europeia!

Algo de errado se passa na prevenção e combate aos incêndios. É notório que existe efectivamente uma enormíssima desorganização no que diz respeito ao combate aos fogos, a começar pelas entidades que os coordenam, as quais raramente se entendem. Há muita gente a mandar e muitas vezes a emanar directrizes confusas, incorrectas e contraditórias, situações que impedem um combate mais eficaz ao avanço das chamas.

O resultado de toda essa anarquia e dos interesses escondidos à volta dos fogos, é a destruição da grande maioria da mancha florestal que outrora prosperava em Portugal e constituía uma das suas maiores riquezas. A floresta representava uma valiosíssima reserva económica para as famílias do campo que quando se viam em dificuldades recorriam à venda de algumas árvores para equilibrar as finanças em anos de fracas colheitas agrícolas, ou para superar encargos inesperados de saúde ou outros.

Desgraçadamente, onde outrora abundavam grandes e espessas manchas de vida vegetal e animal, hoje apenas resta uma paisagem negra e desoladora de terra queimada.

Enquanto se mantiver o actual figurino de prevenção e combate aos incêndios, nada vai mudar: os madeireiros e as empresas de celulose vão continuar a precisar de matéria prima e os proprietários dos meios aéreos de combate aos fogos, inactivos durante cerca de 8 meses, vão querer  uma época quente de grandes fogos para facturarem os milhões que lhes permitam suprir os encargos com os equipamentos e ainda obter chorudos lucros. Sendo assim, para o ano vão continuar a arder mais umas dezenas de milhar de hectares de áreas florestais e agrícolas e as populações dessas áreas vão de novo reviver situações de pânico e momentos de grande dramatismo para impedir que as chamas devoradoras lhe roubem os seus lares.

Cabe ao Estado acabar com o negócio rentável dos fogos. Como? Criando legislação que acautele os interesses dos lesados e, ao mesmo tempo, entregando à FAP (Força Aérea Portuguesa) a responsabilidade do combate aos incêndios e dotando-a dos meios aéreos necessários para o desempenho dessa missão.

Todos os anos são pagos pelo Estado milhões de euros às empresas que combatem os incêndios e aos proprietários lesados pelos fogos, em subsídios e indemnizações. Com esse dinheiro, o Estado poderia chamar a si a responsabilidade de combater os incêndios e não permitir que a matéria prima ardida seja comprada pelos interessados nos fogos a preços compensadores.

Com estas medidas, o Estado acabava com a "mama" dos oportunistas que medram com a desgraça dos outros, eliminava, desde logo, uma grossa percentagem dos fogos-postos, defendia o património do mundo rural, criava riqueza para o País e, finalmente, ficaria com meios aéreos próprios, melhor coordenação e maior capacidade e eficiência para combater os incêndios.

Que haja coragem para tomar as medidas certas e defender intransigentemente os interesses de Portugal e dos portugueses.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Efectivamente, com esta, branda, Justiça, não vamos a lado nenhum.

Num País onde o castigo existe, Os ateadores de Fogos e os outros, eram obrigados a compensar as Famílias que ficaram sem nada, e apanhavam pesadas Penas de Prisão.

Em Portugal vão, às vezes, a Tribunal e, em seguida, mandam-nos para casa.

Qualquer País onde a Justiça não funciona, o resultado é igual ao que se vê no nosso Rectângulo.

De facto, já eram horas de verificarem porque é que as dezenas de Organismos que comandam os Fogos, permitem que esta desgraça aconteça todos os Anos.

Existem muitos interesses obscuros, logo, os mesmos têm que ser combatidos com mão de ferro.

As Chefias, presentemente, não sei porquê, têm medo de actuar.

No nosso tempo, havia o Chefe e os outros. Agora, existem os outros e o Chefe.

É lamentável como, devido a conveniências de vária ordem, ninguém se consegue entender!

Como, tão ladrão é o que vai à Horta como o que fica à porta, os Senhores dos Aviões e dos Helicópteros, também apanhavam por tabela.
Laranjeiro, 23-09-2016