sexta-feira, 22 de setembro de 2017

HISTÓRIAS TRISTES QUE NÃO DEVIAM ACONTECER!



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Há dias, quando seguia na Avenida Rio de Janeiro, em Alvalade, reparei que seguia à minha frente, atrapalhando o trânsito, numa passada pausada, quase pachorrenta, gesticulando e falando baixinho,  um homem de meia idade, talvez com 35/40 anos, empurrando um carro de compras do tipo que encontramos no Pingo Doce e Continente, carregado com uma grande quantidade de garrafões plásticos. Como ia de carro, quando pude, ultrapassei o homem e segui o meu destino.

Passados 15/20 minutos, ao estacionar ao cimo da Avenida da Igreja, nas imediações da Igreja São João de Brito, reparei que o homem que tinha visto minutos antes, estava agora a encher os garrafões de água, no lago fronteiro a Igreja. Mais de perto, pude ver que eram mais de 20 garrafões, uns de 5 litros, outros de 10 e ainda outros de 20 litros.

O homem tirava 2 garrafões vazios do carro, dirigia-se ao lago, sentava-se na beira, mergulhava-os na água e enchia-os. Depois trazia-os de volta ao carro, onde os acondicionava. Como um autómato, repetiu a operação mais de uma dezena de vezes.

Depois da tarefa concluída, indiferente a tudo quanto se passava à sua volta, certificou-se de que a carga estava bem distribuída e segura, para logo de seguida se pôr em marcha, regressando pelo mesmo caminha por onde viera, provavelmente com destino ao lugarejo onde vive.

Enquanto assistia a toda aquela cena, não pude deixar de pensar como é triste e infeliz a sina deste homem e de tantas outras pessoas que vivem igualmente na condição de mendigos e sem-abrigo. Pessoas que já viveram vidas felizes mas que caíram em desgraça por terem deixado de poder pagar a renda da casa e as despesas inerentes (água, electricidade e gás) foram despejadas e obrigadas a viver na rua, algo que actualmente nem aos animais se faz.

É uma situação trágica que nem todo o ser humano aguenta e, por isso mesmo, os mais frágeis acabam por enlouquecer, vagueando sem destino pela cidade, com a trouxa às costas, gesticulando e falando sozinhos e remexendo os caixotes do lixo, completamente abstraídos do mundo que os cerca.

Infelizmente, não há nenhuma organização de carácter público ou privado vocacionada para ajudar essas pessoas a refazer as suas vidas, restituindo-lhes a dignidade e a esperança de alcançar dias melhores.

Para solucionar o drama dos Sem-abrigo, bastaria que a Administração Pública e o Estado gerissem com eficácia o dinheiro do Orçamento. Se isso acontecesse, sobrariam muitos milhões para acudir a quem vive na rua, em condições tão indignas e desumanas que arrepia, indigna e revolta todas as pessoas de bem.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

De facto, é muito triste um Indivíduo andar, por vezes, uma vida inteira, a pagar Impostos de todas as maneiras e feitios e, mais recentemente, devido ao que os outros roubaram, ainda mais Impostos em cima de Impostos e subsídios, e chegar a esta, triste, situação!

Mais, neste País, pagam-se Impostos pela mesma coisa, duas, três e quatro vezes!

Enquanto, ao contrário do que se faz lá fora, continuarmos a fazer papel de escravos e de obedientes, do poder, isto não vai melhorar mas sim, piorar.

Não se pode, a isto, chamar liberdade e democracia.

Sem PODER ECONÓMICO, nem há liberdade nem democracia.

Quanto a Instituições, privadas e oficiais, para depositar estas Pessoas, elas existem, mas não são para as Pensões e Reformas de uma grande parte dos Portugueses.

Como dizia o outro ou os outros, "O ESCUDO VALE MUITO MAS ONDE É QUE ELE ESTÁ"?

Nós, com o Sol e a Gastronomia que temos, se tivéssemos políticos que não pensassem só neles e nos Amigos, poderíamos viver muito melhor.

O Povo, Como diz o Exmo Senhor General Ramalho Eanes, tem que dar um grande pontapé na obediência!
Laranjeiro, 23-09-2017