quarta-feira, 1 de junho de 2022

VALORIZAR, DIVULGAR E PROMOVER O FADO, É LEVÁ-LO, PELO MENOS, ÀS ESCOLAS PRIMÁRIAS

 


O FADO é uma canção bem portuguesa, sem certezas da data de origem, que é normalmente cantado por uma só pessoa, acompanhado por uma viola e uma guitarra. 

O FADO, em tempos idos, já teve muita má fama. Os fadistas eram considerados um bando de rufias boémios,  seitas olhadas com desconfiança pela sociedade, que se envolviam com frequência em escaramuças com grupos rivais e tinham a sua maneira muito característica de vestir e pentear. Usavam um boné de oleado ou boné direito do feitio dos guardas municipais, com fita preta, formando laço ao lado e jaqueta de ganga. O cabelo era cortado de meia cabeça para trás, mas comprido para diante, formando melenas empastadas sobre a testa.

A história do fado é extensa e interessante, a sua origem pode ter acontecido séculos antes mas não está completamente provada e só a partir de 1840 passou a ser conhecido nas ruas de Lisboa, essencialmente o "fado do marinheiro". Ao longo do tempo foi evoluindo, tornando-se o género de canção mais apreciado dos portugueses e é, por assim dizer, a canção nacional. Hoje, os fadistas já não têm essa má fama e o fado é cantado por homens e mulheres de todos os extractos sociais e de todos os graus académicos.

O fado, como canção nacional, foi elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, numa declaração aprovada no VI Comité Intergovernamental desta organização internacional, realizado em Bali, na Indonésia, entre 22 e 29 de Novembro de 2011, culminando um trabalho excepcional realizado por um grupo de pessoas, à cabeça das quais esteve o falecido e brilhante fadista CARLOS DO CARMO.

Perante tão destacado reconhecimento do FADO pela UNESCO, o que é que o Estado Português, através dos seus governantes fez em seu benefício para o promover e divulgar, especialmente às gerações mais jovens que só consomem música importada? Nada. Limitou-se a colher alguns louros do acontecimento e não fez mais nada.

Pois bem, o FADO, como canção nacional, elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade, deveria ser promovido, pelo menos, no ensino primário, ensinando às crianças a história do fado e dando-lhes oportunidade de contactarem e assistirem ao vivo, nas próprias salas de aula, a momentos fadistas, com oportunidade de interagir com os artistas, colocando as questões que mais desejassem ver respondidas.

O nosso ensino aborda muitos temas que, por vezes, criam desconforto nos alunos, educadores e sociedade em geral, que melhor seria dar guarida a temas que são muito nossos, como é o caso do FADO. Os governantes andam muito distraídos, deviam dar mais atenção à aprendizagem dos pequeninos, ensinando-lhes sobretudo a gostar daquilo que é genuinamente português e que todos os patriotas devem apreciar.

Vamos levar o FADO, pelo menos aos mais pequeninos, nas escolas primárias, porque "de pequenino é que se torce o pepino".


1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Depois destes, assertivos, considerandos, não vai esperar que o ME coloque a Canção Nacional, nos Programas Escolares!?

É melhor esperar sentado e bem sentado!!

Eles, os Responsáveis por este ensino, estão mais interessados em ensinar às Meninas e Meninos, os Direitos das Minorias LGBT, Como se fabricam os Meninos, a História que o Historiador Fernando Rosas inventou, e outras coisas mais.

Deus dá Nozes a quem não tem dentes!

Qualquer País do Mundo, aproveitava, até à exaustão, o que, com tanto sacrifício, o nosso saudoso Carlos do Carmo conseguiu, elevando bem alto, mais uma vez, o nome de PORTUGAL!!

Infelizmente, temos dezenas de casos como este.

Pode ser que a nova Geração de Políticos menos Velhos, tenha outra maneira de pensar e actuar e valorize, de facto, tudo o que é Nacional.

Realmente, o tempo do fado escondido, já lá vai, agora, pelo contrário, está, por todo o lado, bem visível.
Laranjeiro, 02-06-2022