terça-feira, 29 de dezembro de 2009

FAZER & DESFAZER - A ARTE DE ESTRAGAR DINHEIRO


Durante longos meses, toda esta zona envolvente à pista de atletismo Moniz Pereira esteve em obras, completamente vedada ao público.

Com o aproximar das eleições autárquicas, houve um esforço para as concluir e foram aplicados milhares de metros quadrados de calçada à portuguesa nos passeios e nos estacionamentos. Depois foi feita a respectiva limpeza, retirada a vedação e aberta finalmente ao público.

Mas qual não foi o meu espanto quando passados dois ou três dias, outra empresa ali assentou arraiais e vai de rebentar tudo o que estava feito, abrindo valas para ali instalar, segundo nos parece, rede de gás.
Francamente! Depois das obras de pavimentação completamente prontas, rebentar tudo de novo, é algo impensável e que não devia acontecer porque é um desperdício de dinheiros públicos e uma afronta a todas as pessoas que não têm uns míseros cêntimos para comprar uma sopa.

Na Alta de Lisboa, estes maus exemplos repetem-se com frequência e parece que não há ninguém responsável que impeça tais desvarios. Ninguém compreende porque não existe entendimento e coordenação entre as diversas empresas para que seja tudo feito de uma só vez ou, pelo menos, que não seja aplicada a calçada e o asfalto, enquanto todos os outros equipamentos não estiverem instalados.

Se essa coordenação existisse, evitava-se o esbanjamento de somas consideráveis de dinheiros públicos que podiam muito bem ser aproveitados para ajudar as pessoas quando sofrem grandes calamidades.

De facto, este tipo de actuação é absolutamente normal em Portugal. Depois de se proceder à pavimentação dos passeios e à asfaltagem das ruas, vem a EPAL e abre uma vala para instalar a rede de águas. A seguir vem a EDP abrir nova vala para instalar o gás e a electricidade e assim sucessivamente, gastando-se recursos do Estado que são afinal, um pouco de todos nós, dos nossos impostos e que poderiam ser canalizados para outras necessidades.

Mas, por outro lado, havendo essa coordenação, os trabalhos seriam realizados mais depressa, evitando muitos incómodos aos cidadãos que muitas vezes esgotam a paciência com a morosidade e os transtornos que lhes causam as obras.

Será esta actuação uma falha de coordenação entre as empresas ou será mesmo uma prática corrente e habitual que interessa às empresas?

Quem souber, agradeço que me esclareça.

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