segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VALE A PENA CONFIAR AS NOSSAS PEQUENAS POUPANÇAS AOS BANCOS?



Quem arrecada os maiores proveitos com a aplicação das nossas pequenas poupanças em produtos bancários?

Os depositantes ou as Instituições bancárias?

Mas alguém duvida que são os Bancos? Eles não se contentam se não levarem a parte de leão e para os coitados reservam umas pequenas migalhas.

Senão vejamos:

Apliquei num Fundo de Investimento numa determinada Instituição bancária, a importância de 10.000 euros que eu erradamente pensei que rendia 4,5% de juros líquidos ao ano. Afinal quando recebi os juros, verifiquei que não era assim pois recebi apenas 352,80 euros, o que corresponde a um rendimento de miséria, inferior a 1 euro diário e que bem vistas as coisas, nem sequer dá para a despesa do pão.

É, por conseguinte, uma importância ridícula que não compensa a imobilização do nosso dinheiro e os riscos que corre, tomando como exemplo o que aconteceu no BPN e no BPP mas também em dezenas de Instituições por esse Mundo fora.

De facto, as taxas de juros pagas pelos Bancos são ridículas e miseráveis. Quem aplicou 10, 20 ou 30 mil euros, recebe umas centenas de euros anuais que na prática, não aquecem nem arrefecem no seu orçamento porque não têm qualquer peso nos encargos com a habitação, alimentação, vestuário, saúde, etc. e como se diz em gíria popular, "não dá para mandar cantar um cego". Em suma, esse dinheiro não dá para melhorar a condição económica de ninguém, mesmo de uma pessoa necessitada porque se é pobre, com tais rendimentos vai continuar a sê-lo.

Com os tempos difíceis que vivemos, há que fazer opções corajosas de poupança, eliminando gastos supérfluos e facilmente evitáveis. Foi o que eu fiz, com resultados extraordinários, da seguinte forma:

Comprava religiosamente, todos os dias dois jornais, um desportivo e outro generalista, de vez em quando adquiria uma ou outra revista e tomava dois cafés por dia, o que me obrigava a fazer uma despesa nunca inferior a 3,50 euros, em média.

Enfrentando sem medo os tempos de austeridade decidi, a partir de 1 de Outubro de 2009, deixar de comprar jornais e tomar café e com tal decisão, passei a poupar os tais 3,50 euros diários.

Ora, como eu recebia cerca de 97 cêntimos de rendimento diário sobre 10.000 €, de repente, consegui um rendimento equivalente aos juros de 36.000 € depositados no Banco, o que é realmente fantástico porque na realidade esse montante não existe.

Os noticiários dizem que as vendas dos jornais caíram assustadoramente no último ano. Pudera! Qual é o indivíduo da classe média alta para baixo que se pode dar ao luxo de comprar jornais e revistas, ainda por cima caros, se o seu conteúdo se pode consultar gratuitamente na Internet pela qual se paga um balúrdio? Há que rentabilizar o investimento na Internet e que se lixem os jornais. Para matar o vício, pode sempre dar-se uma vista de olhos nos jornais de distribuição gratuita.

No que me diz respeito, posso dizer que era um viciado em jornais, talvez por ter trabalhado muitos anos nas artes gráficas, paginando jornais e revistas. Por isso mesmo, considero a minha decisão quase um acto de heroismo.

Tenho em arquivo milhares de jornais e revistas. Não posso dizer exactamente quantos porque não é fácil contabilizá-los mas são seguramente para cima de dez mil, alguns ainda anteriores à Revolução dos Cravos.

Se eu, um viciado em jornais e revistas, fui capaz de tomar uma decisão radical de completa abstinência, outros o fizeram ainda com maior facilidade e, por isso mesmo, não fiquei surpreendido com as notícias sobre a queda vertiginosa na venda dos jornais e revistas.

Resta-me a consolação de, por enquanto, ter abdicado somente de artigos que não são essenciais ao meu conforto e bem-estar, bem como da minha família e se não for necessário tomar medidas mais drásticas, então ficarei muito feliz porque é sinal que a situação económica do País teve melhoras significativas.

Até lá, as poupanças forçadas que decidi fazer e outras que provavelmente se seguirão, irão dar um jeitão nestes tempos difíceis que atravessamos.

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