domingo, 31 de janeiro de 2010

É SEMPRE BOM CONHECER A VERDADE


Muita fachada e pouca Justiça



AS ESCUTAS DA VERGONHA

O Povo tem que agradecer reconhecidamente a quem teve o bom senso de colocar parte das escutas sobre o APITO DOURADO no Youtube pois se assim não fosse, não heveria hipótese de conhecer parte substancial da verdade, bem como os rostos dos agentes que durante décadas deram corpo e usufruiram a seu bel-prazer do SISTEMA a que Dias da Cunha tantas vezes fez referência, corrompendo os diferentes agentes desportivos e levando-os a praticar actos que em muitas circunstâncias adulteraram os resultados no futebol.

As pessoas que encarnavam o SISTEMA e dele tiravam proveito em benefício próprio, estão bem identificadas nas escutas e as conversas sobre pedidos de favorecimento e outras irregularidades, são realmente escandalosas e vergonhosas.

O Zé Povinho sabia perfeitamente o que se passava porque assistia, semana após semana, a casos verdadeiramente escandalosos nos diferentes jogos de futebol. O que o Povo não imaginava era que a Justiça tinha em mãos provas e testemunhos mais que suficientes para punir exemplarmente os prevaricadores e não fez absolutamente nada.

Os Tribunais, na presença de provas tão evidentes, demitiram-se da sua responsabilidade e optaram por não fazer justiça, perdendo-se uma extraordinária oportunidade de limpar o Desporto-Rei das pessoas indesejáveis que tanto mal lhe fizeram.A não actuação da Justiça de acordo com a gravidade dos factos, frustrou e envergonhou todos aqueles que durante anos foram vítimas dos agentes desportivos que representavam o SISTEMA e que acreditaram numa punição exemplar para todos os culpados.

Os magistrados que julgaram o Apito Dourado, depois de terem feito vista grossa das conversas escabrosas escutadas, pretendiam agora que as mesmas fossem destruídas para que o Povo não tivesse acesso à verdade dos factos e o assunto morresse para sempre.

Isso não aconteceu, graças ao sentido de responsabilidade de alguém que fez aquilo que a Justiça devia ter feito: tornar públicas todas essas conversas escutadas para conhecimento da opinião pública, a partir do momento em que o Tribunal decidiu que as mesmas não tinham qualquer relevância criminal e não constituíam, só por si, matéria de prova.

O Tribunal e os Magistrados decidiram o que bem entenderam, não dignificando a Justiça, mas que as escutas são reveladoras das intrujices, urdiduras e patranhas que minaram e quase destruíram o futebol português, protagonizadas despudorada e descaradamente pelos mesmos agentes, durante anos, disso não temos quaisquer dúvidas e são uma imensa vergonha para todos quantos, neste País, lutaram e continuam a lutar pela verdade desportiva.
.
Mas quando a Justiça actua tão displicente e negativamente num processo mediático, o que não se passará nos outros processos onde a Imprensa e o grande público não têm acesso?
.
É de facto muito preocupante o estado da Justiça em Portugal porque se os Tribunais não cumprirem exemplarmente a sua função, os portugueses não se sentirão protegidos e confiantes e não haverá possibilidade de o País sair do atoleiro em que se encontra, andar p'rá frente e crescer economicamente como os demais parceiros da Europa.

Na actual conjuntura, o Povo, mais do que manifestar-se sectorialmente por aumentos de salários e melhores condições sociais, deve sair todo para a rua, de Norte a Sul de Portugal e exigir mais e melhor justiça porque se tal desígnio for alcançado, então teremos a certeza que o País vai criar riqueza para todos e solucionar muitos dos problemas sociais e salariais que actualmente se verificam.

O Povo tem que ter força e coragem para pôr cobro e dizer basta a esta Justiça que só defende as elites e os poderosos e impede o acesso aos pobres. A Justiça, no que diz respeito aos pobres, devia ser tão gratuita como o acesso ao Sol e o chão que pisamos todos os dias.

Termino como comecei, agradecendo penhoradamente ao autor da divulgação no Youtube das escutas, pela sua coragem e o bom senso, ao levar ao conhecimento dos cidadãos aquilo que a Justiça queria esconder, por razões que todos nós agora compreendemos.

Sem comentários: