segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MAIS ELEVAÇÃO, SENHOR BASTONÁRIO


O Bastonário da Ordem dos Advogados foi mais uma vez polémico e inconveniente ao protagonizar mais um episódio de pura maledicência, atingindo, desta vez, a honorabilidade do Dr. Pedro Santana Lopes ao criticar a condecoração que o Presidente da República atribuiu ao antigo Primeiro-Ministro.

De facto, o Bastonário passa a vida a disparar em tudo que mexe e a "malhar" nas pessoas de que não gosta, especialmente naquelas que não fazem parte do universo socialista. Para essas, sai corajosamente a terreiro, de espada desembainhada, pronto e decidido a dar a vida em sua defesa, não se importando da figura ridícula que já fez em tantas ocasiões.

Este Bastonário, de nome António Marinho Pinto, perdeu para mim toda a credibilidade no dia em que defendeu na praça pública que "o processo de pedofilia da Casa Pia visou decapitar o PS", pondo em causa a veracidade dos factos e os horrores que dezenas de crianças sofreram no corpo e na alma.
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Posteriormente, falou e escreveu sobre o assunto, sempre na defesa dos implicados ligados ao PS, o que prova que este bastonário não é um homem justo e apartidário, características que deviam fazer parte dos atributos de quem exerce tão importante cargo.

Mas o Bastonário continuou a demonstrar toda a sua falta de isenção e sentido de responsabilidade quando saiu em defesa do Primeiro-Ministro, no caso Freeport e também em defesa de Lopes da Mota no caso das pressões sobre os Magistrados do Ministério Público, responsáveis por esse mesmo processo.

O Bastonário não resiste à tentação de sair em defesa das pessoas ligadas ao PS e, por via disso, todos os casos que aparecem na praça pública são imediatamente objecto dos seus comentários chocarreiros e tendenciosos, como aconteceu no caso das escutas à Presidência da República e no processo "face oculta". Na verdade, o homem não está proibido de falar, uma vez que estamos num País democrático, mas devia ter o cuidado de o fazer com aquela dignidade, respeito e isenção que se exige de quem exerce o cargo de Bastonário da Ordem dos Advogados.

Porquê esta perseguição ignóbil e vergonhosa ao ex-Primeiro-Ministro Dr. Santana Lopes, se durante o seu efémero Governo não se verificaram ocorrências graves e desprestigiantes para o País e que eu saiba, também não esteve envolvido em negócios ilícitos, não fez desfalques nas Instituições Bancárias, não se deixou contagiar com o virus da corrupção e, tanto quanto sei, continuou a dar a cara pelas causas nacionais em que acredita, procurando dar sempre o seu melhor e acreditando que é possível fazer de Portugal um espaço onde a grande maioria dos portugueses possam ser efectivamente mais felizes.
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Eu sei que se esta forma de estar na vida provoca tanto incómodo e suscita tantos ataques mesquinhos e miseráveis à sua pessoa, é porque, de alguma forma, lhe é reconhecida capacidade e valor, caso contrário, toda a gente diria que é um sujeito porreiro e deixá-lo-iam em paz e sossego. Mas, ainda assim, tudo tem limites, até mesmo a intriga e a maledicência.

O Bastonário já se esqueceu que desde o dia em que o actual Presidente da República disse que era necessário "separar a boa da má moeda", já muita água passou por debaixo da ponte Salazar e, entretanto, muita daquela que era considerada boa moeda, hoje não vale cinco réis furados, caiu completamente em desgraça e, no mínimo, deve envergonhar quem teve a ousadia de conotar um Homem correcto e honesto que se guia por valores éticos e morais que eu aprecio, com a má moeda.

Com a má moeda, devem ser conotados todos aqueles que neste País, antes e depois desse lamentável episódio, praticaram actos indignos que lesaram e envergonham Portugal e os portugueses mas nunca o Dr. Pedro Santana Lopes porque cumpriu sempre com zelo e responsabilidade as tarefas que lhe foram confiadas e, ao mesmo tempo, continua com o seu registo criminal imaculado.

Eu posso não ter simpatia por alguém mas tenho o dever e a obrigação de o tratar com respeito e isenção. Não se pode, de forma alguma, fazer das pessoas de que não gostamos, dos nossos adversários políticos ou outros, os bodes expiatórios dos nossos insucessos, invejas e frustrações.

O Dr. Pedro Santana Lopes, ao contrário de outros, é merecedor da condecoração que lhe foi conferida pelo Presidente da República, já que exerceu as funções de Primeiro-Ministro de Portugal, em circunstâncias difíceis de sucessão, pois teria sido bem melhor para ele que tivessem sido convocadas eleições antecipadas, demonstrando com tal disponibilidade muito altruismo e um corajoso acto de patriotismo.

É preciso não esquecer que foi devido ao seu generoso sacrifício que um português ocupou o mais alto cargo da CEE e, ao mesmo tempo, o Partido Socialista chegou ao Poder, na sequência da dissolução do Parlamento (!) e consequentes eleições legislativas antecipadas.

Todos estão lembrados como o então Primeiro-Ministro foi tratado pelo Presidente da República que dissolveu um Parlamento que funcionava em maioria e como a imprensa escrita e falada inventava todos os dias notícias para o atacar e descredibilizar, tudo com o objectivo de provocar eleições antecipadas e colocar o PS no Governo, o que inevitavelmente aconteceu.

O Dr. Santana Lopes foi vítima de actos e atitudes que não merecia e, pelos vistos, actualmente, mesmo sem estar a desempenhar nenhum cargo importante, continua a ser perseguido e objecto das mesmas tramoias.

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