sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PROCESSO DE PEDOFILIA DA CASA PIA


TEREMOS UM EPÍLOGO HONROSO E DECENTE, OU NEM POR ISSO?

Em princípio, será hoje lida a sentença do processo judicial mais mediático de que há memória na Justiça portuguesa e ninguém está livre de poder afirmar, depois de conhecido o veredicto que "a montanha pariu um rato".

O processo, ao longo dos 6 anos de percurso, já enfrentou innúmeras peripécias e tropelias, bem conhecidas dos portugueses, tendo sido despronunciados alguns arguidos que foram acusados pelas mesmas vítimas que implicam os que hoje vão estar sentados no banco dos réus para ouvir a sentença.

Miguel Matias, o advogado da maior parte das crianças abusadas diz que a pior coisa que poderia acontecer neste julgamento, era a absolvição dos arguidos e que em sua opinião, falta alguém no banco dos réus (Correio da manhã de 3.9.2010).

Neste Blog, referi-me algumas vezes ao Processo de Pedofilia da Casa Pia, limitando-me a escrever o que via publicado na Imprensa escrita e falada. Em nenhum momento afirmei o que quer que fosse, da minha autoria ou responsabilidade. Como vivemos num País livre e democrático, entendi que tinha todo o direito em abordar o tema da Pedofilia na Casa Pia, pouco me importando da proeminência das personalidades que estavam a ser acusadas. Se um qualquer cidadão pode ser escrutinado de toda a maneira e feitio, porque é que outros, só porque são poderosos, não o hão-de ser também? Então a nossa democracia que apregoa a igualdade de tratamento dos cidadãos, é só fachada? Se é só para inglês ver, acabe-se com essa fantochada de uma vez por todas e implante-se um regime que corresponda aos actos e atitudes dos seus governantes.

Mas vem tudo isto a propósito de algo bizarro que me aconteceu: a determinada altura, recebi um mail de uma personalidade que foi constituída arguida no Processo de Pedofilia da Casa Pia e que esteve presa preventivamente e depois foi despronunciada, a ameaçar-me que se voltasse a "escrever textos insultuosos e difamatórios a seu respeito, teria que tomar as devidas medidas".

Se o que saiu no meu blog foi sempre suportado pelas notícias que saíam na Imprensa, porque motivo tal proeminente personalidade teve o arrojo e o atrevimento de se dirigir à minha pessoa com ameaças?

Se tinha que pedir explicações, ameaçar e processar, seria mais lógico que o fizesse aos jornais e às televisões que todos os dias davam notícias a seu respeito e nunca a um anónimo cidadão que se limitava a reproduzir alguns excertos das notícias difundidas.

É claro que comigo as intimidações nunca surtiram efeito porque, acima de tudo, sou um cidadão honrado e impoluto que se rege por padrões éticos e morais muito elevados e, por isso mesmo, não temo ameaças nem consequências relativamente aos actos que pratico, já que os mesmos são devidamente ponderados e obedecem a todos os requisitos consagrados na Lei.

Posto isto, gostaria que fosse hoje proferida uma sentença exemplar que, de alguma forma, defendesse, no futuro, as crianças deste País e tivesse em conta o sofrimento de centenas de meninos e meninas da Casa Pia que ao longo de décadas foram usadas para satisfazer os vícios depravados e criminosos de gente poderosa, com grande influência e poder económico, social e político que nunca lhes passou pela cabeça que um dia poderiam prestar contas à justiça.

Não há democracia sem justiça. Sem ela, o caos toma conta das Instituições e do País e daí à anarquia e à insurreição, vai apenas um pequeno passo. Há sempre um momento em que é possível evitar grandes tragédias.

Que triunfe a justiça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fez-se a justiça possivel. Invariavelmente o sr. Carlos Cruz vai continuar a encenar o seu papel, está tudo contra ele e foi tudo invesntado e que isto é tudo uma grande mentira...A justiça é lenta mas chega...

Leonardo Fontenelle disse...

É importante destacar que existem vários tipos de pedófilos. Alguns precisam de tratamento, e outros, de cadeia. Para mais informações sobre os diferentes tipos de pedófilos, leia o artigo "Pedofilia não é tudo a mesma coisa".