terça-feira, 8 de maio de 2012

OS PAIS/AVÓS


IMAGEM RETIRADA DO GOOGLE


PAI MAIS IDOSO DO MUNDO - 94 ANOS

Actualmente, acontece-me com frequência deparar com um avó a brincar com o seu neto de tenra idade e de repente oiço o petiz a chamar pelo pai. Afinal, aquele que eu pensava ser o avó da criança, era o pai.
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O mundo em que vivemos é bem diferente daquele em que eu me criei. Rapazes e raparigas começavam a trabalhar muito cedo, mesmo antes de acabarem a instrução primária e aos 14/15 anos estavam precocemente calejados e adultos.
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Era precisamente com 15/16 anos que começavam os namoricos e as raparigas que não casavam até aos 20 anos, começavam a ser faladas em surdina que ficavam para "tias". Já com os rapazes, as coisas eram um pouco diferentes porque faziam questão de cumprir primeiro o Serviço Militar, com excepção daqueles que após a inspecção ficavam livres.
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Mesmo assim, os rapazes casavam bem cedo, entre os 20/25 anos, saindo de casa dos progenitores e passando a responsabilizar-se pelo seu próprio lar.
Hoje, é vulgar constatar que os jovens ficam em casa dos pais até muito mais tarde, 30, 35/40 anos e casam também com uma idade que no meu tempo só excepcionalmente acontecia, daí o facto de observarmos tantos quadros familiares que nos induzem em erro: não é o avô que está a brincar com o neto mas sim o pai.
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Há de facto uma profunda alteração de hábitos no que ao casamento diz respeito pois para além de os homens casarem muito mais tarde, hoje as pessoas optam por viver juntas, dispensando o matrimónio e já nem tempo têm para fazer filhos. Ao contrário, no meu tempo, as famílias eram numerosas e só por manifesta incapacidade de gerar filhos, os casais abdicavam de ter dois ou três filhos.
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Hoje fala-se muito da crise e das dificuldades que se deparam aos progenitores para dar uma educação condigna aos filhos. No meu tempo, o conceito era diferente e dizia-se que à mesa de uma família havia sempre lugar para mais um.
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São realmente tempos diferentes mas ser pai aos 50 ou 60 anos não é a mesma coisa que sê-lo aos 25/30. Um jovem pai de 25 anos tem uma disponibilidade física para acompanhar os filhos que não tem um pai com mais de 50 anos, ao qual, em muitos casos já lhe falta paciência e frescura para poder responder a todas as solicitações próprias de uma criança.
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Não estou a dizer que estes pais/avôs faltem com amor aos filhos, que não lhes queiram bem mas apenas a constatar que é diferente uma criança ter o privilégio de ter um pai jovem, também ele, ainda em idade de brincar e com vontade de brincar.
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E depois, é a própria natureza que nos ensina que há sempre um tempo próprio para  o homem levar a cabo as suas mais importantes realizações. É claro que pode sempre ignorá-la mas muitas vezes sofre as consequências.
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Porque será que os passarinhos fazem os ninhos e criam os filhotes na Primavera e não o fazem nas restantes estações do ano?

3 comentários:

Unknown disse...

Boa Noite
Um tema muito actual e com muitos pontos de interrogação.
Antigamente viviam nas aldeias e sempre que nascia um filho os pais até se julgavam mais ricos.

Tentaram destruir toda a nossa sociedade que estava formada à muitas centenas de anos.
Hoje os jovens não querem filhos, porque não tem condições para eles. O estado impõe obrigações e limitações mas não dá os respectivos apoios.
Sem emprego estável não podem comprar casa. Sem emprego não podem alimentar os filhos nem vesti-los.
Em alguns países o estado subsidia
o ensino com livros e transportes e alimentação. Aqui sobe-se o iva e não se dá nada em troca. O povo trabalha apenas para sustentar a camarilha de políticos corruptos

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Efectivamente, ser Pai aos Noventa e quatro Anos, é uma excepção.

Pensando um bocadinho, acho que este Senhor, na minha opinião, claro, deveria ter comprado Preservativos de melhor qualidade!!

Quanto aos Pais de Quarenta, Cinquenta e Sessenta Anos, uma grande parte deles, quando eram mais novos, esperaram, sempre, para constituirem Família, por melhores Dias. Acontece que, esses Dias, cada vez mais, nunca chegaram nem chegam, acabando por dar, como resultado, aquilo que V. Excelência, no seu Blogue, diz.

De facto, é muito triste, pois as Criancinhas não têm culpa das asneiras cometidas pelos Papás.
Laranjeiro, 08-05-2012

Anónimo disse...

Olá estimado Manuel,

Como está?
A figura, que nos mostra não é assim tão invulgar.
Nas civilizações, que consideramos mais "atrasadas", isto é, muito diferentes das nossas, estes nascimentos acontecem, com alguma frequência.
A virilidade é algo que o homem quer preservar até muito tarde, e nós sabemos disso.
Estas civilizações comem o que a natureza lhes dá, tratam as doenças com plantas e tudo acontece, naturalmente.

Nas civilizações actuais temos casos de disfunções sexuais várias em rapazes de 20 anos.

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", já o poeta dizia.

Concordo, inteiramente, consigo, para tudo há um tempo certo.

Abraço de estima.