domingo, 30 de novembro de 2014

É MUITO DIFÍCIL COMPREENDER O POVO!...

Imagem retirada do Google
Até agora, a Justiça tem andado de cu à mostra; veremos se no futuro, para bem do País e dos Portugueses, consegue tapar o cu.

Os recentes acontecimentos provam o quão difícil é compreender o povo. Se a Justiça não funciona e não apura responsabilidades, o povo reclama e manifesta-se negativamente contra essa mesma Justiça; mas por outro lado, se a Justiça funciona e apura responsabilidades, sem se importar com o estatuto dos implicados, assistimos a declarações patéticas e sem sentido, em sua defesa e fortes críticas à Justiça.

A detenção do ex-Primeiro-Ministro José Sócrates, acusado de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, veio uma vez mais demonstrar que o povo é a favor ou contra a Justiça, consoante os arguidos que estão em causa. Afinal o povo nem para si é bom e, relativamente a certas pessoas, nem sequer se interessa que seja escandalosamente roubado através de actos de corrupção e vergonhosos esquemas fraudulentos que delapidam as finanças públicas e, consequentemente, o dinheiro dos impostos dos contribuintes, do povo.
 
É preso por ter cão e preso por não ter. Nestas alturas, é impossível não relembrar aquela velha história, sempre tão actual, do velho, o rapaz e o burro, lembram-se?
 
As pessoas achavam mal se os dois (rapaz e velho) iam a pé e levavam o burro pela rédea; achavam mal se o velho ia montado e o rapaz a pé; achavam igualmente mal se o rapaz ia montado no burro e o velho ia a pé; e, finalmente, também achavam mal se os dois carregavam o burro às costas. Moral da história: em nenhuma situação é possível contentar o povo.

Esta falta de racionalidade e unanimidade do povo relativamente aos criminosos, é a principal causa da ineficácia da Justiça porque, em democracia, seria impossível que essa cambada de corruptos que por aí andam à solta, escapasse à Justiça, caso o povo actuasse em sintonia, exigindo justiça.

Se a Justiça não tem desempenhado eficazmente o seu papel de "fazer justiça", ao longo de todos estes anos de democracia, em meu entender, o povo também tem, nesse aspecto, uma boa quota parte de responsabilidade.

O POVO devia imitar o grande líder indiano que foi Mahatma Gandhi e o nobre conceito que ele tinha da Justiça: "Se agir contra a JUSTIÇA... a INJUSTIÇA é minha".
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Assim é, efectivamente.

Enquanto as Pessoas olharem para a actuação da Justiça, segundo o ponto de vista Partidário, jamais, na opinião deles, os Juízes, farão condenações justas!

Apesar dos pesares, eu continuo a dizer que há uma Justiça para os Ricos e outra para os Pobres.

Eles, em nome do melhoramento da Justiça, arranjaram uma estratégia através da qual, só os poderosos é que podem chegar à mesma.

Recorrer, nem é bom pensar! Isto está feito de tal maneira, que só quem tem muito Dinheiro é que pode
apelar.

Existe um Ditado que cada vez é mais actual: Cada Povo tem aquilo que merece!!!

De facto, como em tudo, na vida, também com as deliberações do Poder Judicial, o Povo deveria ser mais imparcial.
Laranjeiro, 30-11-2014