Imagem retirada do Google
O Secretário Geral do Partido Socialista, António Costa, depois do desaire eleitoral sofrido na Madeira, veio dizer que a "derrota na Madeira não tem dimensão nacional".
Dito desta maneira, até parece que o ex-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa pensa que a Madeira deixou de pertencer ao território português e que não passa de uma pequena ilha perdida no Atlântico sem qualquer relevância ou influência na vida política portuguesa do continente.
Tivesse a coligação "MUDANÇA", constituída pelo PS/MPT/PTP/PAN alcançado uma vitória na Região Autónoma da Madeira ou, até mesmo, um resultado superior ao das anteriores eleições e António Costa teria extrapolado imediatamente os resultados para o plano nacional e a partir daí produzido um sem número de afirmações políticas oportunistas e negativas sobre a coligação que governa o País.
Pessoalmente, não fico admirado com a reacção de António Costa à derrota do PS na Madeira porque ainda recentemente, sobre a candidatura presidencial do socialista Henrique Neto, disse que não tinha nenhum comentário a fazer mas depois, perante a insistência dos jornalistas, lá acrescentou que soube da notícia pela rádio e que a candidatura lhe era indiferente. Embora Henrique Neto, não seja o seu candidato e possa até complicar a sua estratégia presidencial, podia ter tido para com ele uma palavra de simpatia. Então uma personalidade do PS que se candidata a Presidente da República, não lhe diz nada? É-lhe indiferente? Francamente!
Também lhe é indiferente a situação do ex-Secretário Geral do PS e ex-Primeiro Ministro José Sócrates? No passado foi seu incondicional apoiante e até desempenhou a função de ministro de Estado e da Administração Interna entre 2005 e 2007, no XVII governo constitucional. Quem apoiou incondicionalmente as políticas governativas da era socrática que levaram Portugal à bancarrota, não pode agora aparecer como "salvador da pátria", sacudindo a água do capote como se nunca tivesse conhecido o ex-Primeiro Ministro.
Todos sabemos como foi hábil a sua actuação no processo de destituição do anterior Secretário-Geral do PS, António José Seguro, este sim, um socialista que se tinha demarcado das políticas de Sócrates e que hoje estaria muito mais à vontade para lidar com a sua situação de detenção. Mas António Costa escolheu hábil e milimetricamente o momento para desferir o golpe fatal no companheiro, a quem venceu nas "directas" com uma margem confortável.
Um dos pretextos de António Costa para avançar para a liderança do partido, teve a ver com o facto de Seguro ser frouxo na oposição ao governo e não conseguir descolar nas sondagens, numa conjuntura de grande austeridade e enorme insatisfação e contestação dos portugueses. Depois, a comunicação social fez o resto, promovendo e exaltando as qualidades políticas do então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa até à exaustão, ao mesmo tempo que criticava e desvalorizava a liderança de António José Seguro. Com a comunicação social e os notáveis do Partido do seu lado, foi fácil destronar AJS, um homem de carácter, íntegro e frontal que não foi devidamente compreendido e apoiado.
Um dos pretextos de António Costa para avançar para a liderança do partido, teve a ver com o facto de Seguro ser frouxo na oposição ao governo e não conseguir descolar nas sondagens, numa conjuntura de grande austeridade e enorme insatisfação e contestação dos portugueses. Depois, a comunicação social fez o resto, promovendo e exaltando as qualidades políticas do então Presidente da Câmara Municipal de Lisboa até à exaustão, ao mesmo tempo que criticava e desvalorizava a liderança de António José Seguro. Com a comunicação social e os notáveis do Partido do seu lado, foi fácil destronar AJS, um homem de carácter, íntegro e frontal que não foi devidamente compreendido e apoiado.
Mas António Costa vai ter vida difícil porque as coisas não lhe correm de feição e tem outros problemas para além da histórica derrota na Madeira: o Presidente francês François Hollande, acabou de sofrer uma tremenda derrota nas eleições departamentais, ganhas pela coligação de direita "sarkozysta" e centrista, nas quais, até o partido de extrema esquerda, liderado por Marine le Pen, ficou à sua frente. Nas próximas legislativas não vai poder contar com o apoio do amigo francês porque caiu em desgraça e até aposto que vai evitar fazer-lhe referência no período de campanha eleitoral.
Para complicar ainda mais a vida a Costa, Portugal parece querer sair da agonia económica em que os governos de Sócrates deixaram o País, retomando o crescimento e reconquistando aos poucos a normalidade e a confiança dos portugueses, os quais começam a acreditar e a dar valor ao trabalho de recuperação desenvolvido pelo actual governo e provavelmente irão conceder-lhe o benefício da dúvida em próximas eleições, dando-lhe oportunidade de concretizar o seu projecto político, agora com mais recursos económicos e, consequentemente, sem necessidade de "obrigar" os cidadãos a tanta austeridade.
Para complicar ainda mais a vida a Costa, Portugal parece querer sair da agonia económica em que os governos de Sócrates deixaram o País, retomando o crescimento e reconquistando aos poucos a normalidade e a confiança dos portugueses, os quais começam a acreditar e a dar valor ao trabalho de recuperação desenvolvido pelo actual governo e provavelmente irão conceder-lhe o benefício da dúvida em próximas eleições, dando-lhe oportunidade de concretizar o seu projecto político, agora com mais recursos económicos e, consequentemente, sem necessidade de "obrigar" os cidadãos a tanta austeridade.
Pela parte que me diz respeito, não tenho qualquer simpatia por nenhuma das forças políticas mas, na qualidade de cidadão atento ao seu desempenho e não havendo uma solução supra-partidária para governar o País, sou favorável à continuidade das actuais forças políticas.
Esta posição é ponderada e apoiada na avaliação feita ao longo de todo o período democrático à governação dos partidos que exerceram o poder e, nesse sentido, não podia ter outra opinião.
António Costa, em meu entender, vai perceber que há valores que devem ser preservados e que não vale tudo em política, pois "quem se mete por atalhos mete-se em trabalhos". Cá estamos para ver como tudo vai acabar.
Esta posição é ponderada e apoiada na avaliação feita ao longo de todo o período democrático à governação dos partidos que exerceram o poder e, nesse sentido, não podia ter outra opinião.
António Costa, em meu entender, vai perceber que há valores que devem ser preservados e que não vale tudo em política, pois "quem se mete por atalhos mete-se em trabalhos". Cá estamos para ver como tudo vai acabar.
2 comentários:
Irei continuar afastado dos comentários políticos. Muito do que aqui escreveste é verdade e não poderá ser esquecido.
Estou cansado de políticos orgulhosos corruptos e insensíveis aos dramas sociais do meu país.
Desejo-te uma BOA PÁSCOA
Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa
Exmo Senhor
Autor,
Até parece que existe um decreto, que eu desconheço, que obriga os políticos, todos, a dizerem o contrário do que dizem e apresentam as evidências!
Porque, no fundo, são todos iguais.
É por factos como estes, que os políticos estão cada vez mais desacreditados, perante os Cidadãos.
Infelizmente, nas próximas Eleições, ganhe quem ganhar, vamos ter mais do mesmo.
Desejo-lhe, bem como à sua Exma Família, uma, muito Feliz, Páscoa.
Laranjeiro, 05-04-2015
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