sábado, 5 de dezembro de 2015

AINDA OS ATENTADOS DE PARIS E O COMUNICADO DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS


Imagem retirada do Google

Aquando dos atentados de Paris, o Gabinete de Imprensa do Partido Comunista Português publicou a seguinte nota:

O PCP condena veementemente os atentados ocorridos em Paris, manifesta às vítimas e seus familiares a sua consternação e sentimentos de pesar e expressa ao povo francês a solidariedade dos comunistas portugueses.

O terrorismo, quaisquer que sejam as suas causas e objectivos proclamados, serve sempre os interesses mais reaccionários. A resposta ao terrorismo passa necessariamente pelo combate às suas mais profundas causas – políticas, económicas e sociais – e pela defesa e afirmação dos valores da liberdade, da democracia, da soberania e independência dos Estados.

O PCP considera que crimes hediondos – como aqueles que agora foram perpetrados em Paris ou como os que há poucos dias foram perpetrados em Beirute – colocam a premência de uma política de desanuviamento e de paz nas relações internacionais e do respeito do direito internacional, que ponha fim às ingerências e agressões contra Estados soberanos, nomeadamente na região do Médio Oriente.

O PCP sublinha que a recorrente imposição de acrescidas medidas atentatórias de direitos e liberdades fundamentais e o incremento da escalada de ingerência e de guerra, como a realidade tem comprovado, tem alimentado o crescimento de forças racistas, xenófobas e fascistas e da sua acção de terror.

Pelos vistos, no entender do PCP, as causas do terrorismo são essencialmente políticas, económicas e sociais, lembrando também a necessidade da defesa e afirmação dos valores da liberdade, da democracia, da soberania e independência dos Estados.

Francamente, não me parece que o terrorismo tenha como base principal as causas apontadas pelo PCP. Se assim fosse, não haveria pessoas oriundas de famílias abastadas e com formação académica, nas fileiras das organizações terroristas.

O Partido Comunista Português sabe perfeitamente que as causas mais visíveis e conhecidas têm a ver com a religião e, neste caso, o islão, o qual é utilizado de forma desvirtuada, para recrutar, formatar e fanatizar indivíduos, cujo valor supremo é o sacrifício pela causa que lhes é incutida, e que por isso, se oferecem para perpetrar todo o tipo de acções suicidas, inclusive funcionarem como homens-bomba, fazendo-se explodir nos alvos que lhes são previamente indicados.

Não podemos atribuir à pobreza e à exclusão social as causas primeiras do terrorismo. Se assim fosse, porque é que numa família com 4 filhos, apenas um se tornou terrorista? E porque é que indivíduos que vivem no mesmo meio e nas mesmas condições económicas e sociais, uns escolhem ser terroristas e outros não?

E como é que o PCP explica que indivíduos milionários, rodeados de todo o tipo de mordomias, adiram às causas dos terroristas e sejam capazes de matar pessoas inocentes? São razões políticas, económicas ou sociais?

Penso que tudo isto acontece porque o homem é na generalidade e por natureza, demasiado ambicioso e para satisfazer essas ambições, deixa-se corromper por propostas desonestas e desumanas, atropelando deveres de consciência  e cedendo aos seus instintos mais primários, depravados e animalescos,  para cometer os crimes mais hediondos, ao serviço de uma organização terrorista.

Com esta lógica tão desajustada, a que não será alheia uma certa dose de demagogia ideológica, o PCP passa a vida a bater na mesma tecla, repetindo a mesma cassete, não sendo capaz de compreender que as causas são inúmeras e diversas, as quais têm muito a ver com a formação/educação que as pessoas receberam, incluindo também no número das causas, os problemas do foro psíquico e psiquiátrico que infelizmente afectam muita gente e contribuem para a alteração comportamental.

Serão as causas que o PCP aponta que levam alguns indivíduos a atear fogos? A infringir as regas de trânsito? A ser corrupto? A consumir droga? A fumar? A prostituir-se? A roubar? A matar? A cometer suicídio ou a trair a Pátria?

Não, não são. Porém, a sua ideologia, leva as pessoas a ter uma visão distorcida da verdadeira realidade, não sendo capazes de ser minimamente isentos. Foi por isso que neste mesmo comunicado, o Gabinete de imprensa do Partido Comunista Português criticou as ingerências e agressões contra Estados soberanos na região do Médio Oriente mas esqueceu-se de dirigir essas críticas também a outras regiões do globo onde essas ingerências e agressões são bem visíveis, por parte de Países comunistas, nomeadamente a Rússia e a China.

Mas neste comunicado, o que mais me chocou, foi o aproveitamento de uma ocasião tão trágica, de luto e dor de tantas famílias para, de alguma forma "distribuir" as culpas dos massacres de Paris, dizendo que é necessário "combater as suas mais profundas causas". Sinceramente, embora esta análise esteja ferida de autenticidade, poderia ser feita em qualquer altura mas nunca naquele momento. Naquele momento, era necessário apenas condenar veementemente os atentados e apresentar condolências ao País e às famílias atingidas, sem mais rodeios.

O Partido Comunista Português não serve de arquétipo para nada nem para ninguém mas tem a mania que dá lições de moral.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Infelizmente e, sobretudo, vivendo em Democracia, qualquer Pessoa ou Partido que não seja imparcial, interpreta qualquer acontecimento, discurso ou qualquer coisa que vê ou Lê, conforme as suas ideologias e conveniências.

Isto faz-me lembrar o que acontece, por exemplo, com os LUSÍADAS e com o Futebol.

Quer queiramos quer não, Organizações como estas, jamais verão o caos que a Europa, por culpa própria, está a viver, com a devida justeza.

Realmente, é pena que este Partido, no Século XXI, ainda veja, assim, as desgraças que têm acontecido e continuarão a acontecer, na Europa!

De facto, para estes Grupos de malfeitores só há um caminho: A morte e a destruição.

Entretanto, a Europa ainda não conseguiu acordar, continua estática e adormecida.
Laranjeiro, 06-12-2015