Ontem assisti, via televisão, a mais um jogo particular de solidariedade para com as vítimas dos incêndios do Verão e do Outono que atingiram, tragicamente, dezenas de famílias, "roubando-lhes" a vida dos seus entes queridos e todos os bens materiais adquiridos com o fruto do seu trabalho abnegado e esforçado ao longo de uma vida.
Valeram as centenas de milhar de euros provenientes da receita porque o jogo, em si, não prestigiou grandemente a Selecção Portuguesa de Futebol, cujos jogadores que estiveram em campo, embora esforçados, nunca se encontraram como equipa, e, por isso mesmo, realizaram uma pobre exibição com a Selecção dos Estados Unidos da América, cujo resultado terminou milagrosamente empatado a uma bola, graças a um monumental frango do guardião americano.
Todavia, constatei uma vez mais a imensa generosidade do povo português que faz questão de nunca faltar com a sua solidariedade perante as trágicas desgraças que com frequência se verificam em Portugal.
Desta vez, os portugueses, chocados com a dimensão dos fogos e com as suas trágicas consequências, já contribuíram com milhões de euros, em dinheiro e material diverso, dádivas que, pelos vistos, têm sido canalizadas para prestar o indispensável apoio a quem tudo perdeu, substituindo, até ao momento, passados que são mais de 4 meses sobre os incêndios de Julho e mais de 1 mês sobre os de Outubro, o apoio do Estado, cujos membros do Governo falam muito e prometem muito mas, na prática, tudo isso não passa da habitual retórica do blá blá blá, porque aos que sofreram tão graves perdas, o Governo ainda não reparou nada.
Para o Governo não há situações de emergência em que é necessário ajudar imediatamente. Quem sofre e quem precisa, que espere pelas demoradas decisões dos governantes que não conseguem encarnar os problemas dos outros, colocar-se na pele deles e actuar como se deles próprios se tratasse.
Todos os dias oiço queixas e lamentos das vítimas dos incêndios, nos diferentes noticiários informativos sobre a falta de ajuda do Governo, dizendo que apenas têm tido a ajuda das pessoas e de algumas instituições de solidariedade social, a quem muito agradecem.
À falta de melhor, aconselho os governantes portugueses a pôr os olhos nas autoridades galegas e nas medidas que tomaram relativamente às consequências dos incêndios. Que diferença abismal entre as medidas galegas e portuguesas! Além disso, em Portugal, este Governo não faz nada de moto próprio, anda sempre a reboque do que diz o Senhor Presidente da República, que tem sido incansável na denúncia dos problemas e empenhadíssimo na sua resolução, visitando com frequência as gentes dos concelhos atingidos para lhes levar a sua solidariedade e uma palavra de amizade e esperança.
Oxalá que todos os recursos doados pela grande generosidade dos portugueses sejam irrepreensivelmente administrados e totalmente canalizados para ajudar aqueles que foram efectivamente vítimas dos incêndios. Se isso acontecer, muitas dessas pessoas voltarão a refazer as suas vidas e, com o tempo, talvez possam ultrapassar o trauma de terem passado por tão grande tragédia.
1 comentário:
Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa
Exmo Senhor
Autor,
De facto, existe uma grande diferença entre os dirigentes de Espanha e Portugal!
Começando pelas Pensões e Reformas, em Espanha, aumentam todos os Anos.
Aqui, apesar de dizerem que não tiram nada a ninguém, só dão, continua, pelo menos para os Reformados da Área privada, tudo como no tempo dos outros.
Quanto ao que, infelizmente, tem acontecido, continua por resolver, pelo menos na totalidade, o problema da Ponte de Entre os Rios, os fogos de Pedrogão Grande, nem é bom falar nisso, e os últimos, só estão a fazer alguma coisa, empurrados pelo PR.
Como se isso não chegasse, os infortunados Cidadãos, só estão a receber alguma coisa, em apoios directos, porque, indirectos, onde há muita gente, sem saber, a mandar, ainda não receberam nem 1/4 parte do que as Pessoas deram.
Pela minha parte, tenho pena do que dei, pois não vai para quem precisa.
Desgraçadamente, a maior parte dos Donativos, não chegam aos interessados, aos que, devido à incúria dos sucessivos Governos, não cumprindo com os mínimos exigidos, deram azo a que tanta desgraça acontecesse.
Já agora, temos, também, os malfadados casos de Legionela:
Ainda não fizeram o que deviam, com o primeiro e, devido à ausência de Responsabilidades e responsáveis, a todos os níveis, já surgiu outro, ainda mais grave, por se tratar de um Hospital Público.
Onde é que isto vai parar?
Quanto ao Jogo da selecção, não podia ser uma deceptude maior.
Valeu, realmente, a grande campanha de angariação de fundos, para as, Pobres, VÍTIMAS dos fogos.
Laranjeiro, 16-11-2017
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