domingo, 4 de março de 2018

CAMÕES - UM HERÓI INCOMPREENDIDO E INJUSTIÇADO!


Theobald Reinhold Freiherr von Oer, c. 1850, Camões e Jau (Imagem retirada do Google)

No Século XVI, por volta do ano 1524, desconhecendo-se o mês e o dia, nasceu em Lisboa/Coimbra, o maior poeta português de todos os tempos e um dos maiores da humanidade, comparado a Virgílio, Dante, Cervantes e Shakespeare, de seu nome, Luiz Vaz de Camões. Pouco se sabe da vida do Homem/Herói/Poeta. A história diz que nasceu no seio de uma família da pequena burguesia  mas muito pouco se sabe acerca da sua infância, da sua vida académica e das suas aventuras amorosas, boémias e turbulentas.

Dizem que frequentou a corte de D. João III, onde se envolveu em romances amorosos com damas da nobreza e até plebeias mas que, segundo as crónicas da época, não foi bem sucedido e, por via disso, amargurado e frustrado, alistou-se como militar para ir combater para África, tendo aí perdido o olho direito.

Encontrado em Moçambique por Diogo Couto, em condições miseráveis, este pagou-lhe a passagem de regresso a Portugal onde foi muito curta a sua estadia, porque mais uma vez se entregou a uma vida boémia e turbulenta, tendo sido novamente preso por ter ferido um funcionário do Paço.

Após ter sido perdoado, partiu para o Oriente onde permaneceu vários anos, tendo aí enfrentado imensas adversidades, foi preso várias vezes e combateu ao lado das tropas portuguesas. Foi durante o seu exílio no Oriente que escreveu a obra que o imortalizou mas que desgraçadamente não evitou que tivesse passado os últimos anos da sua vida, já depois do seu regresso a Lisboa, em condições miseráveis de extrema pobreza, matando a fome com as esmolas que o seu criado Jau recolhia nas ruas de Lisboa.

Reza a História que o maior poeta português de todos os tempos, morreu no seu miserável catre, no ano de 1580, com 56 ou 57 anos de idade, completamente abandonado por aqueles que tinham o dever e a obrigação de, em vida, lhe garantir uma vida económica desafogada e, ao mesmo tempo, prestar-lhe todas as homenagens e honrarias de que o seu genial feito era merecedor. Infelizmente, o autor de "Os Lusíadas" só depois da sua morte viria a alcançar a fama e a glória e hoje, passados que são 437 anos sobre a data da sua morte, é reconhecido em todo o mundo como um dos maiores poetas da humanidade.

A acção central de "Os Lusíadas" inside sobre a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, mas à volta da mesma, Camões vai descrevendo outros episódios da História de Portugal, narrando e glorificando os feitos heroicos dos marinheiros e dos guerreiros portugueses, em terra e no mar.
Luis Vaz de Camões, não obstante todas as tragédias e vicissitudes por que passou, demonstrou ser um grande patriota que sentiu a necessidade de narrar em verso os gloriosos feitos da sua Pátria e da gente lusitana. Outros tempos, outras eras, outros homens!
Hoje, o mundo é diferente e os homens já não se comparam aos de então. Em vez de homens bons, corajosos e patriotas, só encontramos gente sem ética e sem moral, corrupta e covarde.
Se Camões vivesse actualmente, com toda a certeza, não teria motivos nem inspiração para exaltar as qualidades heroicas dos portugueses e provavelmente, tal como nós, não ficaria indiferente ao elevado grau de corrupção que graça no País, não nos espantando que fosse capaz de descrever em verso esse fenómeno destruidor que aniquila as finanças do estado e arruína o bem-estar dos portugueses.
Não sei quem é o autor dos versos que publico a seguir e que recebi no meu mail sem identificação. Digamos que são um esboço de uma versão actualizada de "Os Lusíadas" acerca da realidade quotidiana do Portugal de hoje.
Não gosto de brincar com coisas sérias mas, na verdade, li os versos e concordo plenamente com o seu conteúdo, motivo pelo qual os publico no meu blogue
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas…
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falam da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano…
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV


E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

De facto, é preciso ter muito engenho, arte e vocabulário, para escrever uma Obra desta envergadura!

Estou convencido que, ainda hoje, não havia quem fosse capaz de escrever uns Lusíadas com tanto valor Nacional e Internacional.

Se o Autor pudesse, hoje, regressar, tinha que escrever uns Lusíadas o Antónimo destes, tal é o grau de Corrupção.

Realmente, foi pena a maneira como desprezaram e deixaram morrer (Na miséria) este Fenómeno da Literatura e não só.

Uns Lusíadas para espelhar o que se passa, de pernicioso, actualmente, neste Rectângulo, tinha que ter duas vezes mais cantos e, mesmo assim, ainda não chegavam.

Quanto ao desprezo que dão a estas Personalidades, ímpares, da vida Nacional, não me surpreende muito porque, ainda hoje, é assim.

Também recebi a nova versão desta Publicação.

Segundo uma Notícia que li no Jornal o Correio da Manhã, esta actualização de "os Lusíadas", não corresponde, nem de longe nem de perto, ao que se passa em Portugal.

Vejamos, então: Como é possível, o Senhor António Mexia, haver ganho (À minha custa e à de Milhões de Portugueses, que vivem no limiar da Pobreza)6.270.00Euros/Dia, em 2017!!!!!!!!?????????

É por estas e por outras que, agora, tinham que ser escritos quatro ou cinco Lusíadas.

Quando é que vão surgir Heróis como este, para fazerem com que acabe, de uma vez, o assalto ao OE?
Laranjeiro, 04-03-2018