terça-feira, 7 de julho de 2009

BEM PREGA FREI TOMÁS...

A ética e a moral têm andado arredadas das práticas socialistas, não olhando a meios para alcançar determinados objectivos.
Arrogantes e prepotentes, serviram-se dos mais absurdos e condenáveis estratagemas para combater a oposição e rejeitar muitas das suas propostas que se fossem aproveitadas, teriam contribuído para solucionar alguns graves problemas do País.
De repente, talvez por estarmos a menos de três meses das Legislativas, o Primeiro-Ministro tenta alterar a sua imagem, despindo a sua roupagem de animal feroz, devorador das oposições, imitando agora um simpático e inofensivo bichinho de estimação que sorri, fala moderadamente, pede desculpa e até já admite que fez algumas coisas menos boas.
Claro que com as Legislativas e as Autárquicas tão próximas, dava jeito ao Senhor Sócrates transmitir aos potenciais eleitores, uma imagem de um Chefe do Governo competente, sério, possuidor de padrões éticos e morais irrepreensíveis mas isso não passa de um embuste e os eleitores não o levam a sério.
Quem passou quatro anos a violar constantemente as mais elementares regras de boa educação e a mentir sistematicamente aos portugueses, não pode de um momento para o outro, encarnar o papel de um político exemplar porque então será pior a emenda que o soneto e provocará a descredibilização total.
Vem tudo isto a propósito, por causa da cúpula do PS querer imitar o PSD e ter proibido recentemente duplas candidaturas às Câmaras e ao Parlamento Europeu, com o propósito claro de transmitir à opinião pública uma certa moralidade que na verdade não existe dentro do aparelho do Partido.
Depois, aprovar uma medida destas em cima das eleições, é jogo sujo porque os candidatos quando aceitaram concorrer às Câmaras e às Juntas de Freguesia, na qualidade de deputados, tinham a noção de que podiam optar por continuar na Assembleia da República caso não fossem eleitos.
Esta medida é tanto mais extemporânea e injusta se nos lembrarmos que para as Europeias, a mesma nem sequer estava em vigor e tanto Ana Gomes como Elisa Ferreira, candidatas às Câmaras de Sintra e do Porto, puderam ser eleitas nas listas para o Parlamento Europeu.
O desnorte do PS é tão grande que num curto espaço de tempo usou critérios diferentes para situações iguais, não tendo qualquer pudor em favorecer uns candidatos e prejudicar outros.
Carregadas de razão, pelo menos duas das visadas, vieram a público tecer fortes críticas às orientações da cúpula socialista.
Neste processo, Ana Gomes e Elisa Ferreira, tal como sugeriu Manuel Alegre, deviam tomar uma decisão e renunciar imediatamente a um dos lugares. Se pretendem continuar no Parlamento Europeu, devem desistir da candidatura à presidência da Câmara e se pretendem levar a candidatura à Câmara até ao fim, devem desistir do Parlamento Europeu. Tão simples como isso.
No caso de Ana Gomes que é tão pronta e decidida a criticar e a condenar actos e atitudes dos seus adversários, muitas vezes de forma demagógica e gratuita, tem agora uma óptima oportunidade para demonstrar que não tem nada a ver com o ditado popular "bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz", ou seja, em vez de discursos e lições de moral, dar exemplos práticos do que apregoa em teoria, renunciando a um dos cargos a que se candidatou.

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