sexta-feira, 17 de julho de 2009

A ESQUERDA REJEITOU COSTA

Há conjunturas extremamente favoráveis na política para fazer bons negócios, tudo depende da situação de fragilidade de uns e do oportunismo e sagacidade de outros.
É indiscutível que o Partido Socialista e o Governo atravessam uma grave crise política que se começou a conhecer, na sua verdadeira dimensão, na eleição para o Parlamento Europeu. Até essa altura, os dirigentes foram mascarando a situação, negando todas as evidências e até a Imprensa ajudou a esconder essa crise, divulgando notícias e sondagens que não correspondiam à verdade, como se verificou com a vitória do PSD, contrariando todas as previsões das sondagens que davam um triunfo garantido e folgado ao Partido Socialista.
Neste momento, o Partido Socialista e o Governo estão de rastos, as trapalhadas e os escândalos sucedem-se a um ritmo vertiginoso e a descredibilidade ganhou uma dimensão tão grande que agora a Imprensa e as sondagens já admitem que o PSD pode ganhar as Legislativas e as Autárquicas.
Que grande mudança se operou! Antes da realização das Europeias o PS seguia à frente nas sondagens para as Legislativas e até António Costa levava vantagem confortável na corrida à Câmara de Lisboa.
Esta viragem colocou o candidato do PS à Câmara da capital em pânico porque sabe que perder neste duelo directo com Santana Lopes, é um golpe muito duro e um sapo gigante que terá de engolir, depois de todas as acusações e críticas contundentes que lhe fez.
Nesse sentido, António Costa que em alguns momentos tratou os partidos da esquerda com alguma arrogância e violência verbal, anda agora com falinhas mansas a pedir-lhes por tudo que se coliguem com ele.
Com tal namoro, António Costa não conseguiu mais do que uma coligação com o ZÉ e com a MARIA (José Sá Fernandes e Maria do Rego da Costa Salema Roseta) que em termos de votos nas próximas Autárquicas, representam uma mão cheia de nada.
Mesmo com a ajuda e influência das mais importantes personalidades de esquerda como Jorge Sampaio, Mário Soares, José Saramago e tantas outras, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda, rejeitaram essas propostas de coligação.
Com este cenário, a derrota de Costa em 11 de Outubro, é o desfecho mais provável, não só porque a Coligação LISBOA COM SENTIDO representa maior percentagem de votos (entre 42/44%) mas também porque o Partido Socialista está demasiado fragilizado para disputar eleições nesta péssima conjuntura política que atravessa.
Desesperado, cheio de medo e completamente desnorteado, António Costa fez um negócio ruinoso com duas coligações sem qualquer significado no escrutínio final, fazendo cedências demasiado altas para proveitos tão escassos.
Depois da obra que não apresentou em dois anos e meio de governação e da desilusão que causou na população em geral mas sobretudo na maioria das Colectividades de Bairro de Lisboa e das camadas mais desfavorecidas da capital, a sua passagem pela presidência da Câmara não deixa saudades.

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