quarta-feira, 5 de outubro de 2011

HISTÓRIA INTRIGANTE - UMA PRIMEIRA DAMA ADOPTADA!


Foto retirada do Google

Há uns bons anos, numa tarde de Agosto, durante um período de férias numa localidade situada na zona centro do País, casualmente, encetei conversa com uma cidadã que depois de algum tempo, falando sobre vários temas, entre os quais política, me confidenciava que tinha um grande carinho e admiração pela Primeira Dama e que tinha a certeza que ela era sua irmã.

Eu até nem fiquei nada admirado com a revelação porque, na verdade, achei a Senhora com traços fisionómicos muito parecidos e disse-lhe precisamente isso: de facto a Senhora é muito parecida com a Primeira Dama.

No entanto, instintivamente, raciocinei: se a Senhora me diz que tem a certeza que a Primeira Dama é sua irmã, é porque na verdade, pelo menos oficialmente, não o é. Coloquei-lhe a questão de seguida e respondeu-me que de facto oficialmente não é sua irmã.

Surpreendido com a revelação e cheio de curiosidade, pedi à Senhora que me contasse toda a história, a qual reproduzo a seguir.
A Senhora com quem falei, Dª Ema Mesquita Afonso, disse-me que a primeira Dama a que se refere, é a filha mais nova de sete irmãos, três rapazes e quatro raparigas, filha de Elvira da Silva Mesquita, falecida aos 35 anos e de Augusto Afonso, falecido aos 57 anos.
Disse-me que a Primeira Dama foi baptizada com dois meses de idade, à pressa, porque a mãe estava muito doente e acabou por falecer logo a seguir ao baptizado. A doença tinha tido origem no facto de ter sido obrigada a trabalhar, logo no dia seguinte ao parto, no forno da localidade, a cozer o pão e ter apanhado uma infecção que lhe originou a morte.
Como o baptizado foi feito muito à pressa, foi madrinha a irmã, Ema Mesquita Afonso e padrinho, o Santo Padroeiro da Igreja local, Santo Antoninho, tendo sido registada com o nome de Maria Ludovina Mesquita Afonso.
Referiu que para além da irmã Ema que foi sua madrinha, havia ainda os irmãos Carlos Alberto Mesquita Afonso, Augusto Mesquita Afonso, António Mesquita Afonso, Alice Mesquita Afonso e Adália Mesquita Afonso.
Por último, a Dª Ema disse-me que a menina foi depois levada e adoptada por um casal que segundo apurou, estava ligado à indústria de lanifícios, possuindo fábrica ou fábricas na Covilhã, embora não fosse natural de lá.
Depois deste relato, pareceu-me lógico perguntar-lhe se nunca tinha tomado a iniciativa de entrar em contacto com a irmã, para apurar a verdade. Respondeu-me que tinha a certeza que a Primeira Dama era sua irmã e que nunca tomou a iniciativa de a procurar porque não queria atrapalhar a sua vida e que pudessem pensar que o fazia porque a irmã era uma pessoa que estava bem na vida.

Lembro-me que na ocasião lhe disse: Olhe Dª Ema, cada um pensa e age da forma que acha mais acertada mas se eu estivesse no seu lugar e tivesse a certeza que a Senhora tem, não descansaria enquanto não tirasse tudo a limpo. Afinal, um irmão é sempre um irmão, sangue do nosso sangue, bem patente nos traços fisionómicos que herdaram dos vossos progenitores, mesmo tendo sido separado à nascença, pelos motivos que descreveu.

Mesmo assim, depois desta conversa, a Dª Ema que me pareceu uma pessoa extremamente simples e de boas maneiras, assegurou-me que nunca iria revelar este segredo à pessoa que diz ser sua irmã.

Pela minha parte, como atrás disse, não procederia assim e ficaria muito satisfeito se aparecesse alguém a procurar-me, dizendo ser meu irmão, desde que provasse, sem qualquer espécie de dúvida, esse parentesco.
Quem sabe se a Primeira Dama não ficaria também feliz por tomar conhecimento da sua verdadeira proveniência e conhecer toda a sua família?

Ao longo dos anos evitei contar esta história por admitir que possa não corresponder à verdade, pois não é a primeira vez que ao longo da minha vida tenho encontrado pessoas que fazem juras e afirmações que depois não se confirmam.
De qualquer forma, embora a Dª Ema me tenha revelado o nome daquela que afirma ser sua irmã e alguns pormenores que se fossem revelados facilmente a identificariam, optei por não fazer uso deles, inclusivé da sua data de nascimento e dos irmãos, bem como o nome da localidade e o ano em que me foi revelada esta história.

A história para mim constituiu sempre um misto de incerteza entre a verdade e a mentira mas, por outro lado, não posso esquecer a semelhança do rosto da Dª Ema com o da Primeira Dama, factor que sempre me fez pensar que a história poderia corresponder à verdade.

Por mim, gostaria de contar a história completa, mas o compromisso que assumi perante a Dª Ema de não revelar o nome da Primeira Dama que diz ser sua irmã, não mo permite.

Mas se a história é realmente verdadeira, custa-me a entender como é que uma pessoa, ao longo de uma vida, nunca encontrou motivos para desconfiar ou mesmo descobrir as suas verdadeiras origens!

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Se, essa Senhora, lhe disse a verdade, isso vem demonstrar que nem todas as Pessoas, Senhoras ou Homens, são Oportunistas! ou seja, parece que ainda há gente Séria.

Uma grande parte das Pessoas, aproveitavam-se e aproveitam-se, de imediato, dessas situações!!

Eu pergunto, também? Será que esta situação, era ou é, verdadeira?

Pode ser que o Exmo senhor Autor, ainda venha, um Dia, a ter a Resposta a esta Pergunta.

Laranjeiro, 07-10-2011