segunda-feira, 6 de outubro de 2014

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL FEZ A MELHOR OPÇÃO

Imagem retirada do Google

É claro que é difícil agradar a gregos e a troianos simultaneamente, mas dos treinadores que foram ventilados na comunicação social para ocupar o cargo de Seleccionador Nacional, o nome de Fernando Santos é aquele que melhor pode servir os interesses da Selecção, por ser um homem de indiscutível idoneidade e de uma formação moral e intelectual que o distingue de muitos outros.
 
Estou de acordo com todas as declarações que fez e das decisões que tomou relativamente às convocatórias, indo de encontro à tese que sempre norteou o meu pensamento: convocar para cada compromisso da Selecção os melhores jogadores do momento, explicando aos próprios atletas, eventualmente preteridos e também à opinião pública, a razão de ser das suas escolhas. 
 
Jamais imaginaria Fernando Santos a integrar na comitiva que se deslocou ao Brasil para disputar o último Campeonato do Mundo, um conjunto de jogadores em péssimo momento de forma, uns porque estiveram muito tempo lesionados e outros porque continuavam lesionados, deixando em terra, incompreensivelmente, alternativas muito válidas e que teriam ajudado a Selecção a não passar pela vergonhosa humilhação da goleada frente à Alemanha e a não ter sucesso frente a Selecções de menos valor, o que lhe valeu o 3º lugar no grupo G, atrás dos Estados Unidos da América.
 
Um Seleccionador tem que saber enfrentar a difícil tarefa de lidar com atletas das mais variadas posturas comportamentais e, acima de tudo, para além do dever de disciplinar, ser credível e isento e nos momentos de tensão e conflito, possuir a dose certa de tolerância e sensibilidade humana para evitar a sua deflagração.
 
Estas qualidades faltaram ao ex-seleccionador Paulo Bento e, por isso mesmo, semeou ventos e colheu tempestades que criaram mau ambiente entre os selecionados e fizeram renunciar precocemente à Selecção, alguns bons jogadores que muita falta fizeram.
 
Fernando Santos é um homem de consensos e, tanto quanto sei, alguém que não tem "rabos de palha", o que é muito bom, para não ter que andar ao sabor das ordens de uns quantos, sejam eles agentes ou dirigentes.

A atestar a sua independência e idoneidade ficam as suas palavras relativamente à convocação de Tiago do Atlético de Madrid: “O Tiago mostrou disponibilidade para voltar, portanto também não vejo qual é o problema. Não há desrespeito nenhum: eu respeito as decisões de quem esteve aqui antes, mas agora tomo as minhas decisões. Não há aqui nada contra ninguém e convém referir bem isso. Há pessoas diferentes que fazem escolhas diferentes”.
 
Fernando Santos começou de imediato a tomar decisões que comprovam as qualidades atrás descritas, ao chamar para os trabalhos da Selecção alguns jogadores proscritos, que por razões diversas se tinham afastado ou tinham sido afastados da Selecção, dizendo que os problemas que se passaram não lhe diziam respeito e que por isso, nada o impedia de convocar quem ele achasse que o merecia.

Seguindo a sua lógica  convocacional, Fernando Santos não teve dúvidas em deixar de fora alguns jogadores que eu próprio discordava da sua chamada à Selecção, porque não tinham valor para merecerem tal distinção. Porque é que isso acontecia? Francamente, não sei, embora desconfie que essas situações se devessem a pressões externas.

Portugal até pode ter o azar de não ser apurado para o Europeu de 2016 pois, como toda a gente viu, começou pessimamente, perdendo em casa com a modesta equipa da Albânia. Porém, se tal desfecho acontecer, não me fará retirar uma vírgula sobre o que foi escrito e continuarei a afirmar que a escolha de Fernando Santos, perante o leque de treinadores apresentados, foi a melhor.

Pela minha parte, desejo a Fernando Santos o maior sucesso no comando da Selecção, porque esse seria também o sucesso de Portugal e dos portugueses. Felicidades.

 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Eu, quanto à nomeação do Exmo Senhor Engenheiro Fernando Santos, para Selecionador Nacional, tenho a mesma opinião.

De facto, foi a melhor escolha.

O actual responsável pela Selecção, já demonstrou, nas poucas intervenções que fez, que não é teimoso nem rancoroso.

Por outro lado,o Mister e os Jogadores, não podem, de maneira nehuma, actuar como têm actuado, ou seja, estarem à espera que o CR7 resolva tudo.

Isso não é sistema, além de não resolver, salvo se houver uma grande dose de sorte, nada.

A FPF, desta vez, na minha modesta opinião, trabalhou bem.
Laranjeiro, 06-10-2014.