sábado, 4 de julho de 2015

O ESTADO E A SOCIEDADE EM GERAL, NÃO PODEM DESUMANIZAR OS VELHINHOS!!!

Imagem retirada do Google
 
Por vezes arrepio-me ao ver quadros tão desumanos relativamente ao tratamento de pessoas idosas. Vejo mendigos e sem-abrigo, curvados e de rostos sulcados pelo peso dos anos, arrastando-se pelas ruas, em busca de uma esmola para poder matar a fome.
 
Estes velhos já nem seres humanos são, porque já ultrapassaram todos os patamares de dignidade que um ser humano pode suportar. São pessoas que não têm família ou então foram abandonados por ela; não têm casa, não têm emprego, não têm higiene, não têm amigos e não têm afectos nem carinhos. Em suma, não têm vida, absolutamente nada!...
 
Os velhos são pessoas que durante o tempo em que estiveram no activo, contribuíram com o seu trabalho e com o seu saber, para o desenvolvimento do País e para a criação e formação de novas gerações de portugueses. Não devia ser possível uma tão grande tragédia humana neste escalão etário. Estas pessoas mereciam todo o respeito, carinho e solidariedade humana e o Estado devia ter Centros devidamente equipados para receber todos os velhos que não têm quem cuide deles numa fase da vida em que mais precisam de ajuda.
 
Há um egoísmo monstruoso na nossa sociedade que nos impede de sermos solidários e de obedecer aos sentimentos que constantemente nos dita o coração.  Muitos mecenas vivem obcecados pelo pecado da gula e da luxúria, rodeados de sumptuosidade supérflua. Esbanjam fortunas e estragam equipamentos e alimentos que dariam para cuidar dos velhinhos de forma a viverem o resto dos seus dias com um pouco de dignidade e minimamente felizes.
 
O que leva o ser humano a ser tão desumano e cruel? O que é que as pessoas que podem fazer alguma coisa pelos velhos e não fazem pensam sobre este tema tão pungente? Será que nunca pensaram que também vão ficar velhos e precisar de quem cuide deles? Será que não se incomodam e dormem descansados, ao ver a miséria em que vivem tantos velhinhos?
 
E o Estado? Porque não toma o Estado medidas urgentes para salvaguardar situações de velhice tão degradantes? É imperioso que o Estado aplique uma taxa a quem tem maior poder económico para poder suportar os encargos com a velhice. De livre e espontânea vontade, ninguém colabora porque o egoísmo está enraizado na maioria das pessoas. Então que sejam obrigadas a colaborar à força, instituindo uma taxa com força de lei, para que ao tirar-lhes um pouco que não lhes faz falta, o Estado possa tratar com respeito e dignidade os velhinhos.
 
Para complementar a minha ideia, deixo a carta que um idoso anónimo escreveu ao seu filho e que, no fundo, não é mais nem menos, do que lembrar os cuidados que se devem ter com os idosos na sua etapa derradeira da vida.
 
**********
 
Carta de um Idoso escrita a um filho

" O dia em que este velho não for mais o mesmo, tem paciência e, compreende-me;
Quando derrramar comida na minha roupa e me esquecer de como apertar os sapatos, tem paciência comigo e lembra-te das horas que passei a ensinar-te a fazer as mesmas coisas.

 Se, quando ao conversares comigo, repito e repito as mesmas palavras e sabes de sobra como termina, não me interrompas e escuta-me.

 Quando estivermos reunidos e sem querer, fizer as minhas necessidades, não fiques com vergonha e compreende que eu não tenho culpa disto, pois já não as possso controlar - pensa quantas vezes, aquando criança, te ajudei, estando pacientemente ao teu lado esperando que terminasses o que estavas a fazer.

 Não te sintas triste, enojado ou impotente por me ver assim. Dá-me o teu coração, compreende-me e apoia-me como eu fiz quando começaste a viver.

 Da mesma maneira que te acompanhei no teu caminho, peço-te que me acompanhes para terminar o meu.

 Dá-me amor e paciência, que eu te devolverei gratidão e sorrisos."

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

De facto, é muita falta de sensibilidade, tanto da Sociedade em geral como dos sucessivos Governos, pós vinte e cinco de Abril, que têm governado este rectângulo.

Quando há conveniência, segue-se, ao Milímetro, tudo o que dá jeito.

Como lhes convém, estão a fazer o que, um dia, um Político disse, sobre os Velhos:

Parece que alguém lhe disse que os Idosos duravam muito e davam muita despesa, e ele respondeu, com muito desalento: Paciência! Temos que esperar que eles morram!!!

Efectivamente, cada vez me convenço mais, que os Políticos têm a triste ilusão de que não perecem!

Pobres tristes!!

Todavia, há uma coisa onde eles ficam a ganhar: Enquanto cá andam, vivem à grande e à Portuguesa e, ao ZÉ Pagante, cada vez lhes tiram mais benefícios.

Afinal, neste País, os Governos Eleitos, trabalham para o bem estar de quem?

Para mim, em primeiro lugar, estão os Cidadãos, depois, o País e, por último, estão os Amigos deles!!
Laranjeiro, 04-07-2015