sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA INDIGITOU PARA PRIMEIRO-MINISTRO, COMO ERA PREVISTO, O REPRESENTANTE DO PARTIDO MAIS VOTADO


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Imagem retirada do Google

Cavaco Silva sempre afirmou que não é influenciável e ontem demonstrou uma vez mais isso mesmo. Havia quem alvitrasse que o Presidente da República iria tomar em consideração a maioria de deputados da esquerda e ceder à vontade do Partido Socialista de formar um governo presidido por António Costa.
Enganaram-se todos aqueles que criaram essa ilusão porque o Presidente da República não lhes fez a vontade e agiu em obediência ao que está estipulado no artº 178 da Constituição mas tomando também em atenção o que tem sido uma regra durante os 41 anos de democracia em que foi chamado a formar governo o representante do partido mais votado nas eleições legislativas.
Cavaco Silva não se limitou a indigitar Passos Coelho para formar governo. Cavaco Silva explicou também pormenorizadamente porque o fez, de forma tão brilhante que até parece que tudo quanto eu teria para dizer em defesa da indigitação de Paços Coelho, foi referido integralmente pelo Presidente da República.
Cavaco Silva não teve papas na língua e não poupou os adjectivos para rejeitar uma solução de esquerda, afirmando que "o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o país precisa", considera no entanto “serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas”.
Mas vale a pena recordar aqui mais umas quantas passagens da comunicação do Presidente da República, funcionando como recados dirigidos sobretudo às forças políticas:
  • "Fora da União Europeia e do euro, o futuro de Portugal seria catastrófico".
  • "Lamento profundamente que num tempo em que importa consolidar a trajectória de crescimento e criação de emprego e em que o diálogo e o compromisso são mais necessários do que nunca, interesses conjunturais se tenham sobreposto à salvaguarda do superior interesse nacional”.
  • "Estranho que os contactos efectuados entre os partidos políticos que apoiam e se revêem no projecto da União Europeia e da Zona Euro não tenham produzido os resultados necessários para alcançar uma solução governativa estável e duradoura, situação tanto mais singular quanto as orientações políticas e os programas eleitorais desses partidos não se mostram incompatíveis, sendo, pelo contrário, praticamente convergentes quanto aos objectivos estratégicos de Portugal”.
  • “Em 40 anos de democracia, nunca os governos de Portugal dependeram do apoio de forças políticas antieuropeístas que defendem a revogação do Tratado de Lisboa, do Tratado Orçamental, da União Bancária e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, assim como o desmantelamento da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro, para além da dissolução da NATO, organização de que Portugal é membro fundador”.
  • “É o pior momento para alterar radicalmente os fundamentos do nosso regime democrático, de uma forma que não corresponde sequer à vontade democrática expressa pelos portugueses nas eleições do passado dia 4 de Outubro.”
  • “Como Presidente da República, é meu dever tudo fazer para impedir que sejam transmitidos sinais errados às instituições financeiras, aos investidores e aos mercados, pondo em causa a confiança e a credibilidade externa do país que, com grande esforço, temos vindo a conquistar. Devo, em consciência, dizer aos portugueses que receio muito uma quebra de confiança das instituições internacionais nossas credoras, dos investidores e dos mercados financeiros externos. A confiança e a credibilidade do país são essenciais para que haja investimento e criação de emprego.”
  • “É aos deputados que compete decidir, em consciência e tendo em conta os superiores interesses de Portugal, se o Governo deve ou não assumir em plenitude as funções que lhe cabem. Como Presidente da República, assumo as minhas responsabilidades constitucionais. Compete agora aos deputados assumir as suas.”

O Presidente da República fez uma leitura correcta do resultado das eleições de 4 de Outubro e tomou a decisão mais acertada, indo ao encontro do pensamento da grande maioria dos portugueses que são pessoas sensatas e justas.
A sua decisão só não agradou àqueles que não olham a meios para atingir os seus objectivos, mesmo que para isso tenham que infringir regras democráticas e achincalhar o mérito dos adversários.
A decisão do Presidente da República é absolutamente correcta e inquestionável, nada comparável aquela que foi protagonizada pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio que teve o infeliz arrojo de dissolver a Assembleia da República e demitir um governo com maioria parlamentar. Todos se lembram como Jorge Sampaio manteve o Executivo de Pedro Santana Lopes em lume brando durante alguns meses, esperando que o Partido Socialista se entendesse e arrumasse a casa e depois elegesse um Secretário-Geral. Na sequência, ainda concedeu algum tempo ao Secretário-Geral Socialista eleito para se afirmar e no momento certo, utilizou a "bomba atómica" para derrubar Santana Lopes e conduzir ao poder o camarada José Sócrates.
Os socialistas são extraordinários em golpadas. Já se esqueceram desse episódio? Pois é bom lembrar que foi essa errada, antidemocrática e premeditada decisão de Jorge Sampaio de ajudar o Partido Socialista a "conquistar" o poder que abriu o caminho para José Sócrates chegar a Primeiro-Ministro, um homem louco, mentiroso compulsivo que arrastou Portugal para a bancarrota e fez com que os portugueses vivessem o período mais negro da história democrática. Jorge Sampaio, não é exemplo para nenhum Presidente da República. Ele é, sem dúvida, o grande responsável pelo colapso de Portugal às mãos de José Sócrates.

É bom que os socialistas, não sento possível todos, pelo menos aqueles que ainda conservam o sentido da razão e da responsabilidade, tenham alguma contenção e decoro porque o seu representante e ex-Primeiro-Ministro ainda está a contas com a justiça, acusado pelo Ministério Público de uma série de crimes que lesaram Portugal e os portugueses e cujas consequências ainda vão manter-se durante muitos anos.
O Partido Socialista, se permitir que o seu Secretário-Geral leve por diante essa sua obsessão de ser Primeiro-Ministro, com o apoio do "Podemos" e do PCP, vai arriscar uma derrota estrondosa em próximas eleições e vai ter que passar pelo vexame, uma coisa nunca vista em 41 anos de democracia, de ter que votar, aliado aos dois partidos da extrema esquerda, as suas moções de rejeição.
Se os deputados do Partido Socialista alinharem todos nesta estratégia suicida, será bem pior do que engolir elefantes com tromba e tudo.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

De facto, o Exmo Senhor Presidente da República, indigitou a personalidade certa.

Todavia, esqueceu-se que outras forças mais altas se alevantaram.

Realmente, não contou com a perspicácia do Exmo Senhor Dr AC, aliás, os Exmos Senhores Dres PP E PPC, também substimaram e muito, o actual Secretário Geral do PS.

Mas, o SGDPS ainda pode satisfazer as exigências do BE e PCP, arranjando coragem revolucionária para reduzir o que a TROIKA queria que o Governo do PSD/CDS ou PS, fizessem, ou seja, reduzir as Mordomias dos antigos e actuais Políticos, número de Deputados, etc, etc, etc.

Mais, também pode arranjar meia dúzia de Individualidades para apostar, a sério, como fazem, por exemplo, Espanhóis, Italianos e Franceses, nas exportações, de forma a pô-las, pelo menos, a sessenta e tal por cento.

Ainda pode apostar noutra coisa: Pôr os Bancos e os grandes grupos económicos a pagar os Impostos que deveriam, de facto, pagar.

Se assim não fizer, além de vir a pagar pelo que está a fazer, também vai pagar por mais esta.

Lamento ter que o dizer mas, com esta, frágil, economia, não é possível ao Exmo Senhor Dr AC, sustentar a armadilha em que se meteu.
Laranjeiro, 03-11-2015