segunda-feira, 2 de outubro de 2017

PRISIONEIROS DA "GERINGONÇA" POR VONTADE PRÓPRIA

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Imagem retirada do Google

Nas últimas eleições legislativas, a esquerda e a extrema-esquerda, em conjunto, alcançaram um resultado eleitoral superior ao da direita, mesmo tendo o Partido Socialista ficado em 2º lugar, acabando o PPD/PSD por resistir ao gigantesco desgaste político  por que passou, obrigado que foi a impor uma série de medidas muito impopulares e de grande austeridade aos portugueses, única forma de poder vencer e ultrapassar a grave crise económica instalada no País, herdada da ruinosa governação socialista, com a responsabilidade do então primeiro-ministro José Sócrates.

Num golpe de raro oportunismo político, o partido Socialista, agora liderado por António Costa, embora não tenha ganho nas urnas o direito constitucional de formar governo, inventou logo uma fórmula engenhosa de o poder fazer mesmo tendo sido derrotado nas urnas. Nesse sentido, piscou imediatamente o olho ao PCP e ao BE para um acordo de governo socialista suportado por estes dois partidos, que garantiam uma maioria estável no Parlamento, em troca da satisfação de algumas das suas reivindicações (umas míseras sopas de lentilhas).

Os partidos da extrema-esquerda, movidos pelo desejo de aniquilar a direita e impedi-la de continuar a governar, aceitaram sem grande resistência, servir de muleta a um governo socialista, o qual, durante os primeiros 2 anos, acautelou muito mais os seus próprios interesses do que propriamente os de quem o apoiava e levava ao colo. Bloco e PCP, a partir do momento em que aceitaram garantir e dar estabilidade ao governo socialista, deixaram de ter identidade própria, venderam a alma ao diabo, porque deixaram de poder atacar e combater as políticas socialistas, precisamente a força política onde poderiam conquistar votos para poderem sobreviver.

Nesse sentido, o PS canalizou para si a quase totalidade dos louros provenientes de uma governação conjuntural bem sucedida, penalizando os dois partidos que garantem a sua sobrevivência, como atrás se disse, devido à enorme passividade, compreensão e tolerância com que passaram a tratar o PS.

Esta eleição autárquica acaba de demonstrar isso mesmo: o PS obteve a maior vitória de sempre, conquistando mais de metade dos Municípios do País, 9 dos quais "roubados" ao PCP. Por sua vez, o BE, não conquistou qualquer Edilidade e os resultados a nível nacional, em termos de poder autárquico, foram irrelevantes.

O pior, é que no futuro, o descalabro pode ser ainda maior para estes dois pequenos partidos, porque na realidade, estão irremediavelmente aprisionados ao governo PS, sendo "obrigados" a continuar a dar cobertura aos seus actos governativos, mesmo não estando de acordo, isto porque se fizerem cair o governo e provocarem eleições antecipadas, serão com toda a certeza responsabilizados e penalizados nas urnas, pela quebra do acordo celebrado; mas por outro lado, continuando a garantir que o governo se mantenha em funções, à custa das suas próprias cedências, nas próximas legislativas, os seus tradicionais eleitores continuarão a penalizá-los. Neste caso aplica-se o ditado: "preso por ter e por não ter cão". Serão penalizados das duas formas, não têm alternativa.

Mas há ainda um outro aspecto, não menos terrível, que pode vir a fazer com que o PCP venha a perder, nas próximas autárquicas, mais umas quantas Câmaras, agora que as populações constataram que o mundo não acabou pelo facto de os seus municípios terem deixado de ser geridos pelos comunistas e, ao mesmo tempo, compreenderem finalmente que qualquer força política ou grupo de cidadãos independentes, pode governar os seus concelhos tão bem ou melhor que o PCP.

Nestas autárquicas, Câmaras que sempre pertenceram ao PCP, governadas com maiorias absolutas, foram agora conquistadas pelo Partido Socialista, com a sua própria ajuda!

Nesse sentido, não se adivinha um futuro fácil para os comunistas mas também para o BE, porque o seu crescimento se fazia, em grande parte, à custa do eleitorado do PS. Desta forma, o seu oportunístico protagonismo no apoio a um governo que não teve legitimidade nas urnas e, consequentemente, não nasceu da vontade do povo, pode custar-lhes uma factura muito cara, tão cara, que poderão não ter arcaboiço político para a pagar, acabando por sair-lhe o "tiro pela culatra", ou seja: sair-lhe tudo ao contrário do que imaginaram quando aceitaram integrar a "GERINGONÇA" como muleta do PS.

Mais uma vez, o Partido Socialista soube contornar a situação difícil em que se encontrava, visto que, como devem estar lembrados, nem sequer conseguiu ganhar as legislativas a um partido que se encontrava praticamente moribundo, após quatro anos de grande austeridade, muitíssimo dolorosos para os portugueses e que se encontravam muito descontentes com o governo.

O actual Primeiro-Ministro soube construir com apuradíssima arte e engenho, um verdadeiro golpe de mestre, um perfeito golpe de usurpação do PODER, envolvendo numa teia venenosa os dois partidos da extrema-esquerda que se deixaram cair nela e que agora pagam a factura da sua imprudência e leviandade.

É o que acontece quando os nossos actos e atitudes não obedecem a impulsos genuínos da nossa razão, na defesa intransigente e exclusiva dos interesses do País e dos cidadãos e têm por suporte, unicamente, motivos de vingança, inveja ou ódio.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Efectivamente, os Partidos que suportam o actual Governo, no dia das Eleições, se os picassem, não deitavam uma gota de sangue.

Viu-se, nas palavras do Exmo Snr Dirigente do PCP e, também, no seu semblante, a grande deceptude do passado dia 01-10-2017.

Eu acho que ele, mesmo que dure cem anos, jamais cairá em semelhante armadilha.

De facto, o grande derrotado, nestas Eleições, foi o PCP.

Eles acham que simpatia é sinónimo de votos. Como eles estão enganados!

Quanto ao terceiro derrotado, acho que, se ele soubesse conduzir, melhor, este Processo, apesar de não saber fazer oposição, teria tido melhor resultado.

A Política é como o Futebol, o que hoje é verdade, amanhã é mentira, ou seja, ele não pode, de maneira nenhuma, caminhar sempre na mesma direcção.

O Pessoal, mesmo que seja pura ficção, quer que lhe falem em Projectos para o futuro, querem ideias novas.

As Pessoas, agora, já não apreciam nem querem, música que incida sempre na mesma nota, neste caso, o "DO"

Mais, se este Senhor, não deixar o Partido, no próximo Acto Eleitoral, ainda vai ser pior!
Laranjeiro, 03-10-2017