domingo, 5 de abril de 2009

A HONRA NÃO TEM PREÇO

Há imensas riquezas construídas neste País pela via criminosa da corrupção. Quem é corrupto, não tem honra, não tem carácter e não tem um pingo de dignidade e de vergonha na cara.

Por quaisquer "trinta dinheiros", são capazes de vender a alma dos próprios pais, incriminar inocentes, desfalcar empresas e levá-las à falência, lesar o Estado, violar o segredo de justiça, adulterar processos judiciais, prestar falsas declarações, matar, etc. Não há nada que um corrupto não faça por dinheiro.

As Leis que regem a Justiça são confusas, complicadas e de difícil interpretação, precisamente para protegerem essa espécie de gente. Elas são concebidas pelos mesmos agentes que depois tiram o maior proveito delas, interpretando-as e usando-as da forma que melhor lhes convém, no sentido de proporcionar os mais inconcebíveis alibis aos poderosos, àqueles que não têm problemas em pagar grandes somas de dinheiro aos melhores advogados da praça, para que a mentira triunfe sobre a verdade.

A Lei é a mãe da corrupção e de tantos outros crimes hediondos tão em voga na actualidade. A sua permissividade e toda a impunidade que a mesma proporciona, encoraja os fora-da-lei a praticar todo o tipo de actos ilícitos porque sabem que existem mil e uma formas de a contornar, transformando crimes gravíssimos que se fossem objecto de julgamentos e sentenças justas dariam muitos anos de prisão, em absolvições escandalosas ou em alternativa, benevolentes penas suspensas.

No tempo dos meus avós, um contrato verbal entre duas pessoas, selado com um abraço ou um aperto de mão, era para cumprir e tinha um valor e uma garantia que hoje não têm os mais mediáticos contratos, feitos com pompa e circunstância, em papel timbrado e com a assinatura das partes reconhecida pelo Notário.

Os nossos antepassados, ao celebrar os contratos, empenhavam a sua honra, davam a sua honra como caução e os compromissos assumidos tinham que ser cumpridos, mesmo que isso lhes custasse os maiores sacrifícios e privações.

A honra era para os nossos antepassados, o seu bem mais precioso e por ela eram capazes de desafiar quem a pusesse em causa e lutar até à morte.


A HONRA não tem preço e por isso, o homem não a devia vender por nenhum dinheiro do Mundo.

Se todos os homens se pudessem orgulhar de possuir a sua honra intacta, este mundo maravilhoso em que vivemos mas que está transformado num verdadeiro Inferno, seria muito mais parecido com o Paraíso e porventura capaz de proporcionar a todos os homens a possibilidade de alcançar a verdadeira felicidade.

O maior entrave à felicidade plena do homem é o próprio homem. Ao hipotecer a sua honra por dá-cá-aquela-palha, transformou-se num ser extremamente vulnerável e ao mesmo tempo execrável, receptivo a todo o tipo de propostas desonestas e criminosas que executa sem pestanejar, a qualquer preço, mesmo sabendo que o que faz é repugnante, indigno e condenável.

Os tempos que vivemos são cada vez mais difíceis para todos quantos ainda conservam intacta a sua honra. Assistimos com frequência à glorificação dos corruptos e trapaceiros e à descredibilização e marginalização dos que resistem heroicamente a todas as tentativas de aliciamento. Vivemos tempos demasiado perigosos e imorais em que a humanidade parece não ter forças nem vontade para lutar pela regeneração da sua honra e dessa maneira evitar, num futuro não muito distante, consequências devastadoras para a espécie humana.

Num mundo maioritariamente habitado por lobos, a sobrevivência dos cordeiros torna-se uma tarefa extremamente difícil. Da mesma forma, num mundo habitado maioritariamente por homens sem honra, cada vez se torna mais difícil a sobrevivência daqueles que se esforçam por preservá-la.



Sem comentários: