terça-feira, 14 de abril de 2009

UM CASO INTRIGANTE...

Depois de constatar que Pedroso perdeu todos os processos que intentou por difamação contra aqueles que o acusaram de abusos sexuais e de ter lido extratos das sentenças proferidas, fico com a sensação de que algo de errado se passou relativamente ao processo que incriminou o deputado Socialista.

Já li, vi e ouvi tanta coisa sobre o possível envolvimento do deputado socialista na prática de abusos sexuais de menores da Casa Pia que, para ser honesto comigo próprio, o tratamento que lhe foi dado pela Justiça, não corresponde à informação que tem sido difundida na imprensa escrita e falada, à análise que fiz e às ilacções que retirei.

Nenhum Juiz até hoje ilibou completamente Paulo Pedroso e não foi condenado porque nas sentenças proferidas se afirma que não foi prestada prova suficiente.

Mas vamos lá a ver se eu compreendo: Diz-se que houve erro grosseiro na prisão preventiva decretada pelo Juiz Rui Teixeira a Paulo Pedroso e baseado nesse erro grosseiro, o seu advogado Celso Cruzeiro, moveu uma acção contra o Estado, exigindo uma indemnização de 600 mil euros, acção que veio a ganhar, sendo-lhe no entanto concedida, apenas com uma indemnização de 100 mil euros.

Porém, o que me intriga, é o facto de um erro tão grosseiro, causar agora tantas dúvidas nos juízes que julgaram os processos que Paulo Pedroso moveu por difamação contra os que o acusaram, sendo absolvidos e, ao mesmo tempo, afirmado nas sentenças que os relatos dos jovens são credíveis.

Então em que é que ficamos? Os jovens para a absolvição de Pedroso, mentiram e agora os mesmos jovens, ao ser julgados por difamação por Pedroso, são ilibados? Isto quer dizer que os jovens falaram verdade e que Paulo Pedroso é culpado? Ou será que uma coisa pode ser verdade e mentira ao mesmo tempo?

Num processo de pedofilia em que está em causa um destacado dirigente do Partido Socialista, Deputado e ex-Secretário de Estado da Segurança Social, o Juiz Rui Teixeira seria assim tão ingénuo ou desleixado, capaz de cometer um erro grosseiro ao decretar a prisão preventiva de Paulo Pedroso, se não tivesse provas suficientes do seu envolvimento nos abusos sexuais dos menores da Casa Pia?

Francamente, num caso destes, é-me muito difícil acreditar que o Juiz Rui Teixeira não tivesse razões objectivas para proceder como procedeu.

Será que neste caso, o poder político não se sobrepôs ao poder judicial?

Ao verificar que Paulo Pedroso não ganhou nenhum dos processos que intentou contra quem o acusou, creio que qualquer português terá legitimidade para questionar a Justiça acerca do tratamento que lhe foi dispensado.

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