sexta-feira, 25 de março de 2011

UMA MÁ DECISÃO DITADA PELO CORAÇÃO, CAUSOU GRAVÍSSIMOS PREJUÍZOS À NAÇÃO


Uma decisão leviana e insensata, há cerca de seis anos atrás, permitiu que fosse eleito um indivíduo sem escrúpulos, impreparado e arrogante, sem perfil para exercer o cargo de Primeiro-Ministro (PM) e que em consequência, conduziu o País à crise mais negra da sua história democrática. Esse grande responsável pela situação actual, dissolveu a Assembleia da República (AR) e passou guia de marcha a um Governo de maioria parlamentar que estava a trabalhar com vontade, entusiasmo e patriotismo, tentando fazer o melhor em prol do País e dos portugueses.
Mas o responsável número um da grave crise em que o País vive atolado, para além de dissolver o Parlamento e destituir um Governo estável, preparou também o caminho ao seu camarada de partido, ridicularizando e descredibilizando o então PM e líder do PSD, preparando meticulosamente o caminho para que o Partido Socialista (PS) pudesse ganhar facilmente e com maioria, as eleições legislativas antecipadas.
De facto, o então Presidente da República (PR), todos os dias tinha algo de novo para criticar e apoucar o Chefe do Executivo, tendo ficado célebres as “trapalhadas” que o PR, abusiva e desrespeitosamente lhe atribuiu, já que a demissão de um membro do governo não pode ser considerada uma trapalhada mas uma coisa absolutamente previsível e normal. Se assim não fosse, então o PR devia ter agido da mesma forma durante o governo socialista presidido por António Guterres, do qual se demitiram vários membros do Executivo e não o fez. Pelo contrário, o PR fez um esforço sobre-humano para convencer Guterres a desistir da ideia de se demitir e tentou por todos os meios arranjar uma solução governativa que evitasse a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas, mas sem sucesso, já que Guterres estava mesmo decidido a fugir do pântano e na AR não encontrou condições de entendimento para formar um novo governo.
A sua táctica foi brilhante ao permitir que Santana Lopes sucedesse a Durão Barroso, até porque, nessa altura, o PS nem sequer tinha Secretário-Geral, já que Ferro Rodrigues se tinha demitido pelo facto de o PR não ter convocado eleições antecipadas e não estava preparado para disputar eleições legislativas e, por isso mesmo, aguentar a situação de impasse mais uns meses, era fundamental para que o Partido tivesse tempo de se organizar.
Logo que isso aconteceu e Sócrates foi eleito como secretário-geral, o PR tomou imediatamente a decisão de dissolver o Parlamento, sem que até hoje tenham sido apontadas razões de fundo para ter tomada uma medida tão drástica e tão penalizante para o País e para os portugueses.
Nunca acreditei e continuo a não acreditar na isenção dos Presidentes da República que militaram em partidos políticos e foram, inclusive, seus líderes. Na hora de decidir, consentem que o coração se sobreponha à razão, priveligiando sempre o seu Partido. Esta opinião é válida para todos os Presidentes da República, já que todos agiram de forma não/isenta em vários momentos dos seus mandatos.
No caso concreto que hoje analiso, a falta de isenção do PR ao impedir que um governo de maioria parlamentar governasse, foi escandalosa e vergonhosamente descarada, levando a sua militância a patamares de favorecimento que ultrapassam, despudoradamente, o dever de isenção e bom senso.
Inacreditavelmente, é este ex-PR que agora, travestido de personalidade responsável, apela ao bom senso e pede que seja posto o interesse do País acima do interesse individual ou partidário ou seja, pede aquilo que teve oportunidade de fazer e não fez, preferindo ajudar o seu Partido a sair da situação de crise profunda em que se encontrava, provocada pela desastrada governação de Guterres e agravada com as divergências que motivou a eleição e a liderança de Ferro Rodrigues.
Palavra de honra… que episódio tão ridículo... e tão burlesco!... É preciso ter muita lata!...
O Presidente a que me refiro, bem pode agora ufanar-se do extraordinário resultado que obteve com a golpada que levou a cabo ao dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas e do importante contributo que da mesma resultou para a melhoria da economia do País e das condições de vida dos portugueses, bem patente no astronómico número de desempregados, no agravamento da dívida pública, no congelamento de salários e pensões e agora na sua redução, no aumento dos impostos, na falência das empresas, no caos da justiça e da educação, no crescimento assustador da criminalidade e no aumento do compadrio, da promiscuidade e da corrupção, na grande maioria das Instituições do Estado.
O ex-PR foi o principal coveiro da imensa tragédia económica que se abateu sobre o País e os portugueses, já que foi ele o responsável pela promoção de José Sócrates a PM.
Hoje, qualquer português medianamente esclarecido, chegará facilmente à conclusão que pior do que Sócrates, só mesmo José Sócrates. Consequentemente, seria praticamente impossível que Pedro Santana Lopes conseguisse governar pior. A golpada que afastou o líder social-democrata da área do poder, foi tremendamente insensata e suja mas foi através dela que o PS pôde chegar ao Governo e recuperar do insucesso eleitoral das anteriores legislativas e autárquicas.
O PR fez questão de recompensar o PS pelo facto de na sequência da dissolução do Parlamento e convocação de eleições antecipadas, o PSD/PPD ter saído vitorioso. O PR sentiu-se incomodado e cúmplice desse desaire e não descansou enquanto não devolveu o poder aos seus camaradas, aproveitando-se da má reputação de Santana Lopes e da unanimidade de opiniões contra ele, para o usar como bode expiatório dos seus obcecados desígnios.
Na verdade, naquela época, uniram-se todos para correr com Santana Lopes, até mesmo os barões do seu próprio partido se colocaram ao lado do PR. Devem estar todos muito orgulhosos do papel relevante que prestaram ao País e aos portugueses, ajudando o então PR a descartar-se do mal-amado e invejado Primeiro-Ministro para, em seu lugar, colocar o camarada de partido que viria a revelar-se o pior chefe de governo da era democrática, com consequências catastróficas para Portugal.
Finalmente, lembrar que andam por aí uns tantos intelectuais da nossa praça (sempre os mesmos), muito preocupados com a crise que pode provocar a demissão do Governo! Engraçado! Em 2004, esses mesmos intelectuais, juntaram-se em coro a pedir a demissão do então PM, não tendo ele cometido uma centésima parte das trapalhadas em que Sócrates esteve envolvido e agora têm a pouca vergonha de apelar a um entendimento para evitar a queda do governo e viabilizar a continuidade de um PM que arruinou a economia do País e troçou das pessoas que ao longo do mandato censuraram a sua governação e o avisaram que isso ia acontecer.
Para esses intelectuais, só me apetece dizer: tenham vergonha na cara, respeitem os portugueses e façam um esforço para serem minimamente honestos.
Bem pior do que correr com o PM, seria permitir a sua continuidade. A sua passagem pelo Governo equivale a um terramoto de 9.9 graus na escala de richter. Do País só restam escombros e pobreza; é necessário que rapidamente apareçam homens e mulheres corajosos e patriotas, com competência para enfrentar e superar tão gigantesco desafio e reconstruir tudo de novo. A crise não vem aí pelo facto de o PM ter sido corrido, a crise instalou-se no País desde a sua primeira tomada de posse, em 2004 e foi-se agravando, ano após ano, devido à sua casmurrice, inaptidão e incompetência.
Cá se fazem, cá se pagam. O PM chegou ao governo através de uma descarada golpada e acaba por sair pela porta dos fundos, de rabo entre as pernas, sem honra e sem glória, apontado a dedo pelos portugueses como o PM mais descarado, incompetente e mentiroso e que mais agravou as suas condições de vida.
É com este fantástico curriculum que o ex-PM se prepara para concorrer às próximas eleições legislativas, plenamente convencido que o povo o adora e lhe vai restituir o brinquedo digo, governo que a totalidade dos partidos políticos com assento na AR, por inveja e por não gostarem dele, como frequentemente afirma, lhe roubaram.

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Só nos resta uma consolação:
Se o PS ganhar as próximas Eleições, o Exmo Senhor Presidente da República, não terá que se demitir!!
Real e efectivamente, não há IMPARCIALIDADE, em relação aos Partidos, mas, que uns são mais Imparciais que outros, isso é verdade!!
Há dois Amigos. Um, preverica, preverica e nunca lhe acontece nada. O outro atravessa a Rua fora da Passadeira, e é, logo, preso.