quinta-feira, 28 de março de 2013

JOSÉ SÓCRATES - A MESMA PETULÂNCIA DE SEMPRE

IMAGEM RETIRADA DO GOOGLE
Ele veio de peito feito e bem treinado para acabar com a "narrativa única", a narrativa da direita, sem contraditório que ao longo de dois anos lhe atribuiu todas as culpas sobre a crise mas veio também e sobretudo, para fazer um ajuste de contas com o passado, atacando aqueles que se atravessaram no seu caminho, esquecendo que esse ajuste foi feito pelo povo português, nas urnas, em 2011, na sequência da demissão do seu governo.
Apresentou-se perante os entrevistadores e perante os portugueses com o descaramento de sempre e, nesse sentido, o homem não aprendeu nada de novo com o mestrado em ciência política que diz andar a tirar lá por Paris, porque continua obstinadamente mentiroso, irresponsável e petulante.
A entrevista foi conduzida à sua maneira, como sempre, fazendo de entrevistador e entrevistado, detendo-se demoradamente nas matérias que lhe dava jeito "desmistificar" e passando a galope por aquelas que lhe causavam mais embaraço. Em muitos momentos ignorou os entrevistadores, qualificando mesmo as suas perguntas como uma consequência da "narrativa" construída pela direita.
Da entrevista, os portugueses ficaram a saber que ele, José Sócrates, ex-primeiro-ministro, não tem qualquer responsabilidade na grave crise económica que se instalou em Portugal durante o seu governo e muito menos no pedido de ajuda externa que ele próprio subscreveu. A culpa, diz ele, foi da crise política provocada pelo Presidente da República e do chumbo do PEC IV.
Porém, Sócrates também não reconheceu qualquer responsabilidade no aumento exponencial da dívida pública, nas contrapartidas ruinosas para o Estado das PPPs (Parcerias Público-Privadas), na catastrófica nacionalização do Banco BPN, no esbanjamento de milhões de euros em estudos e projectos supérfluos e magalómanos irrealizáveis, na distribuição de regalias sociais irrealistas e sem controle e, de uma forma geral, na administração ruinosa do seu Executivo, gastando desregradamente em todos os sectores da governação verbas de que não dispunha, porque não criou riqueza, contribuindo decisivamente para o trágico aumento da dívida pública e do empobrecimento do País e dos portugueses.
Mas Sócrates tinha um objectivo-alvo a quem pretendia atingir com violência, o qual no seu entender, foi o causador do derrube do seu governo minoritário e da crise que tal medida originou. Esse alvo era o Presidente da República, Cavaco Silva, sobre o qual disse: "não reconheço nenhuma autoridade moral ao PR para me dar lições de lealdade institucional"; depois referiu-se às acusações que lhe fez no prefácio do livro "Roteiros VI" e à "conspiração organizada e inventada contra o governo, baseada na acusação de que o Governo estaria a espiar a Casa Civil", acusando o PR de nunca se ter demarcado  e de até ter promovido o principal implicado no caso, o acessor Fernando Lima.
Para além disso, Sócrates, completamente focado no passado e no ajuste de contas, acusou o PR de "ter estado na origem da crise política, adoptando duplicidade de critérios e actuando com dois pesos e duas medidas ao tratar com o anterior governo e com o actual". E continuou: "o PR não fez nada para evitar a queda do meu governo", "o Senhor PR esteve na origem desta solução política" e por isso, neste momento, está de mãos atadas porque não pode ir contra uma solução que ele próprio apoiou.
Portanto, Sócrates, não surpreendeu ninguém, foi igual a si próprio: continuou a mentir e a não assumir qualquer responsabilidade sobre a sua desastrosa governação, preferindo sacudir a água do capote e endossar essas responsabilidades para o Presidente da República e para os partidos da oposição que não aprovaram o PEC IV.
Para além do mais, Sócrates garantiu que não pretende voltar à política activa e que o seu objectivo ao aceitar comentar na RTP, é contrariar a tal "narrativa única, sem contraditório, que não tem oposição" (frase repetida ao longo da entrevista mais de uma centena de vezes) e que lhe atribui, a si e aos seus governos, todas as responsabilidades pela actual crise.
Disse também Sócrates, em sua defesa, que fez um empréstimo para poder pagar a sua estadia em Paris, que tem uma única conta bancária há mais de 25 anos na Caixa Geral de Depósitos, que nunca comprou acções e jamais teve contas no estrangeiro ou em off-shores.
Por conveniência ou propositadamente estruturada, a entrevista não questionou Sócrates sobre como iria realizar  as megalómanas obras do TGV, do aeroporto, da 3ª travessia sobre o Tejo e da 3ª auto-estrada norte/sul, entre outras, sabendo ele melhor do que ninguém que Portugal estava na bancarrota.
Também causou estranheza, uma vez que a entrevista versou o passado, porque não foram abordados os desprestigiantes casos em que esteve envolvido e que a justiça não sancionou, como por exemplo a  caricata licenciatura, Freeport, Cova da Beira, Face oculta, passagem pela Câmara da Guarda e outros actos que não abonam a honorabilidade de quem os pratica.
Pela minha parte, porque sou independente, penso pela minha cabeça e ainda estou na posse de todas as minhas faculdades, gostaria de perguntar como é que um político sem depósitos no estrangeiro e sem saldo na sua única conta bancária da CGD, aceita fazer comentário político na RTP "Pro Bono" e, mesmo assim, ter crédito para viver em Paris, sem trabalhar, durante dois anos!
Agora dizem que José Sócrates foi contratado por uma empresa farmacêutica Suíça, a Octapharma, a qual lucra milhões com contratos negociados com o Estado Português, para vender medicamentos na América Latina! Já vi coisas piores mas um engº civil a vender medicamentos, tem a sua piada!
Porém, para que tudo fique esclarecido e em nome da transparência, acho que os portugueses gostariam de saber qual a relação de Sócrates com essa empresa enquanto exerceu as funções de primeiro-ministro.

3 comentários:

Unknown disse...

A entrevista foi o que todos esperavam
Sócrates é manhoso e tinha a lição bem estudada. Quando a coisa não lhe convém, salta em frente e foge das respostas.
Acusar é fácil mas não resolve.
Parabéns pelo artigo com a sua visão dos factos. Não vi a entrevista, Ouvi apenas hoje apontamentos na TV

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Não tive oportunidade de ouvir e ver este Comentador, porém, pelo que tenho ouvido aos Comentadores do Comentador, parece que temos que continuar a contar com o mesmo animal feroz, de sempre!

Pelo que eu tenho ouvido, não acho que o que ele disse, corresponda, de facto, ao que se passou.

Ele, para mim, só tem razão numa coisa: A Crise começou nos USA, passou para a Europa, atingindo os Países com economias mais débeis, como Portugal.

Entretanto, os USA, como grande Nação, que é, tapa os Buracos, como o Snr Comentador, fazia, cá, com Dinheiro, operação que nós, como País, minúsculo, que somos, não podemos fazer nem nos permitem fazer, tendo dado o resultado que todos conhecem.

Depois, há uma coisa de que ele se esqueceu: Os USA, tapando os Buracos, com Dinheiro, tinham e têm crescimento; Portugal, praticamente, há dez Anos que não cresce nada!!!

Para vermos bem, o que se passou, vejam-se os Impostos que temos que pagar, por causa do que foi feito com Bancos, PPP´s, EDP, REN etc.

Para mim, o Comentador, veio cedo de mais. Os Senhores Passos Coelho e Seguro, que se cuidem!!!!
Laranjeiro, 27-03-2013


Anónimo disse...

Olá, estimado Manuel!

Como tem passado?

Há pessoas que nascem só perturbar/estragar/arruinar a vida dos outros, e quando as pessoas já estão a afundar-se, empurram-nas, ainda mais para baixo.

QUE "LATA" (desculpe, o termo)!

O Partido Socialista, ao longo destes anos, conduziu o país, ao estado em que, hoje, se encontra, mas o Sr. José Sócrates, foi o pior governante destes últimos tempos.

Continua arrogante, senhor do seu grande nariz e mentiroso, compulsivo.

Penso, também, que os entrevistadores não souberam conduzir a entrevista, de forma satisfatória, porque para um homem, daquele calibre, é preciso um ou dois jornalistas, piores ou iguais. O Vítor Gonçalves, ainda esboçou alguma "irreverência", mas foi, de imediato, engolida pelo glutão.

Continua a não deixar falar as pessoas e com a "razão" sempre do lado dele.

Não apareceu por aparecer. Surgiu no momento estratégico, cirúrgico, direi mesmo.

O Seguro deve sentir-se tão inseguro, porque este vai, indiretamente, moer a vida do outro.

ELE VEIO PARA "CHATEAR" (desculpe, o termo) e NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO ACREDITO QUE NÃO SE CANDITATE A NENHUM CARGO.
Depois, dirá que foi, por uma questão de amor a Portugal e como cidadão, era seu dever disponibilizar-se.

Não tem dinheiro e viveu dois anos em Paris, onde a vida é muito/tão "baratinha". Pois é, ele sabe da vida dele, e Deus sabe de todas.

TENHA UMA SANTA PÁSCOA!

Abraço da Luz.