Imagem retirada do Google
A corrupção em Portugal tem sido o
veículo preferido dos poderosos para
praticarem uma variedade imensa de crimes, ao longo destes 40 anos de regime
democrático, enganando e roubando o Estado, da forma mais incrível e imaginativa,
contribuindo com tais crimes para a delapidação das finanças públicas e o
empobrecimento do País.
Até agora, dos imensos processos
de corrupção instaurados pela Justiça, o resultado foi sempre a impunidade e o
arquivamento por falta de provas. Os corruptores e os corruptos contaram sempre
com a simpatia e a colaboração dos colectivos de juízes, provavelmente por falta de coragem, compadrio ou
incompetência, produzindo quase sempre sentenças ilibatórias, ridículas e
injustas.
Vergonhosamente, a norma seguida até
agora pela justiça, tem sido não afrontar os poderosos, sejam eles afectos ao
sector económico, político ou judicial, permitindo que as mais descaradas e
desonestas golpadas perpetradas por essa gente sem carácter, sem ética e sem
moral, escapassem à necessária punição.
Ao ouvir a sentença proferida no
processo “FACE OCULTA”, que condenou a prisão efectiva os principais arguidos, confesso
que a minha primeira reacção foi de surpresa porque, sinceramente, não estava à
espera de qualquer condenação, nem mesmo do sucateiro Manuel Godinho,
considerado pela justiça o líder da rede de associação criminosa.
Perante a sentença que aplicou 5
anos de prisão efectiva a Armando Vara, que foi ministro de Sócrates e seu braço
direito e a José Penedos, ex-Presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) e
ainda 4 anos de prisão efectiva ao seu filho Paulo Penedos, bem como 17 anos e
6 meses ao principal arguido, tenho que em primeiro lugar enaltecer a coragem e
a verticalidade do colectivo de juízes que julgou o Processo porque, pelos
vistos, teve competência para enfrentar e anular a argumentação dos melhores
advogados da nossa praça e a isenção suficiente para resistiu às pressões exercidas
por aqueles que pretendiam a absolvição dos arguidos.
Independentemente do que venha a
acontecer aos arguidos condenados a prisão efectiva, depois dos recursos e contra-recursos
que se vão seguir, há que reconhecer o bom trabalho de investigação levado a
cabo pelas polícias e ministério público, em consequência do qual o colectivo
de juízes construiu a sentença.
Tivesse a justiça cumprido a sua
nobre missão de “fazer justiça” e muitos milhares de corruptores e corruptos
teriam ido parar à prisão, servindo, ao mesmo tempo, de exemplo dissuasor para muitos
outros potenciais corruptos arrepiarem caminho, evitando a delapidação do
erário público e o empobrecimento do povo português.
Seria bom que esta sentença
constituísse um importante marco histórico na aplicação da justiça em Portugal,
acabando de vez com a impunidade que tem privilegiado os poderosos.
Como diz o povo, nunca é
tarde.
1 comentário:
Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa
Exmo Senhor,
Como disse, ontem, o Exmo Senhor Dr Paulo Morais, ainda não se viu ninguém preso!
Infelizmente, e porque a Justiça é feita à medida destes Senhores, com Recursos e contra Recursos, ninguém vai para a cadeia!!!!
O facto de nós ganharmos, actualmente, muito menos que os Gregos,não falando nos Espanhóis, deve-se à actuação, sem qualquer Castigo, destes Senhores, desde o vinte e cinco de Abril.
Vou dizer, a V. Excelência, uma coisa: Enquanto o nosso Sistema Partidário e Político, não rodar cento e oitenta graus, e não vai girar porque esta bagunça, convém a todos, não temos qualquer hipótese de salvação!!!!
Laranjeiro, 07-09-2014
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