sábado, 6 de setembro de 2014

PROCESSO "FACE OCULTA" - UMA SENTENÇA CORAJOSA!


Imagem retirada do Google

A corrupção em Portugal tem sido o veículo preferido dos poderosos para praticarem uma variedade imensa de crimes, ao longo destes 40 anos de regime democrático, enganando e roubando o Estado, da forma mais incrível e imaginativa, contribuindo com tais crimes para a delapidação das finanças públicas e o empobrecimento do País.

Até agora, dos imensos processos de corrupção instaurados pela Justiça, o resultado foi sempre a impunidade e o arquivamento por falta de provas. Os corruptores e os corruptos contaram sempre com a simpatia e a colaboração dos colectivos de juízes, provavelmente  por falta de coragem, compadrio ou incompetência, produzindo quase sempre sentenças ilibatórias, ridículas e injustas.

Vergonhosamente, a norma seguida até agora pela justiça, tem sido não afrontar os poderosos, sejam eles afectos ao sector económico, político ou judicial, permitindo que as mais descaradas e desonestas golpadas perpetradas por essa gente sem carácter, sem ética e sem moral, escapassem à necessária punição.

Ao ouvir a sentença proferida no processo “FACE OCULTA”, que condenou a prisão efectiva os principais arguidos, confesso que a minha primeira reacção foi de surpresa porque, sinceramente, não estava à espera de qualquer condenação, nem mesmo do sucateiro Manuel Godinho, considerado pela justiça o líder da rede de associação criminosa.

Perante a sentença que aplicou 5 anos de prisão efectiva a Armando Vara, que foi ministro de Sócrates e seu braço direito e a José Penedos, ex-Presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) e ainda 4 anos de prisão efectiva ao seu filho Paulo Penedos, bem como 17 anos e 6 meses ao principal arguido, tenho que em primeiro lugar enaltecer a coragem e a verticalidade do colectivo de juízes que julgou o Processo porque, pelos vistos, teve competência para enfrentar e anular a argumentação dos melhores advogados da nossa praça e a isenção suficiente para resistiu às pressões exercidas por aqueles que pretendiam a absolvição dos arguidos.

Independentemente do que venha a acontecer aos arguidos condenados a prisão efectiva, depois dos recursos e contra-recursos que se vão seguir, há que reconhecer o bom trabalho de investigação levado a cabo pelas polícias e ministério público, em consequência do qual o colectivo de juízes construiu a sentença.

Tivesse a justiça cumprido a sua nobre missão de “fazer justiça” e muitos milhares de corruptores e corruptos teriam ido parar à prisão, servindo, ao mesmo tempo, de exemplo dissuasor para muitos outros potenciais corruptos arrepiarem caminho, evitando a delapidação do erário público e o empobrecimento do povo português.

Seria bom que esta sentença constituísse um importante marco histórico na aplicação da justiça em Portugal, acabando de vez com a impunidade que tem privilegiado os poderosos.
Como diz o povo, nunca é tarde.


 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Como disse, ontem, o Exmo Senhor Dr Paulo Morais, ainda não se viu ninguém preso!

Infelizmente, e porque a Justiça é feita à medida destes Senhores, com Recursos e contra Recursos, ninguém vai para a cadeia!!!!

O facto de nós ganharmos, actualmente, muito menos que os Gregos,não falando nos Espanhóis, deve-se à actuação, sem qualquer Castigo, destes Senhores, desde o vinte e cinco de Abril.

Vou dizer, a V. Excelência, uma coisa: Enquanto o nosso Sistema Partidário e Político, não rodar cento e oitenta graus, e não vai girar porque esta bagunça, convém a todos, não temos qualquer hipótese de salvação!!!!
Laranjeiro, 07-09-2014