terça-feira, 2 de junho de 2015

CONTRASTE ENTRE GERAÇÕES JOVENS DE ONTEM E DE HOJE


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 Imagem retirada do Google
 
As gerações jovens do meu tempo eram muito diferentes das actuais. Os jovens começavam desde tenra idade a colaborar com os pais nas tarefas diárias da família.
 
A vida era muito dura nas regiões do Interior, onde a maioria da população se dedicava à agricultura e trabalhava do nascer ao pôr do Sol, enfrentando, ao longo do ano, as difíceis e constantes alterações climatéricas.
 
Enquanto os pais e os filhos mais velhos trabalhavam no campo, os mais novos asseguravam as tarefas de casa, confeccionando as fracas refeições, zelando pela sua limpeza, alimentando os animais domésticos e providenciando produtos hortícolas para consumo da família e dos animais, entre muitas outras coisas.
 
Na generalidade, as gerações jovens cresciam com hábitos saudáveis de trabalho e rigorosos métodos de educação, o que fazia deles jovens humildes, solidários e respeitadores. Por outro lado, as dificuldades e a dureza da vida forjava-lhes uma tão rija têmpera que os tornava homens antes mesmo de o serem. 
 
Mesmo aqueles jovens privilegiados que ingressavam nas universidades para tirar um curso superior, nos seus tempos livres, nas férias ou sempre que podiam, ajudavam a família nos diferentes sectores de actividade a que se dedicavam. Mesmo assim, arranjavam tempo para estudar e concluíam os seus cursos com distinção. Actualmente, uma boa parte dos jovens, não chega a formar-se mas passam anos e anos nas faculdades brincando com os caloiros, gastando o dinheiro dos pais e a fazer que estudam. Então, havia um grande respeito pelos progenitores e o reconhecimento dos sacrifícios que faziam para lhes proporcionar um futuro mais agradável e promissor.
 
Eram gerações pouco exigentes que não pediam nada em troca. Não exigiam gordas mesadas, roupa, calçado e objectos pessoais de marca e tantas outras coisas sumptuosas e supérfluas, como agora acontece, pouco se importando com as eventuais dificuldades económicas dos progenitores.
 
As gerações jovens do meu tempo casavam pela Igreja e saíam de casa dos pais muito cedo, tornando-se independentes, económica e socialmente. As mulheres celebravam o matrimónio antes de atingirem os 20 anos para não terem que ouvir em surdina: "esta vai ficar para tia"; já os homens, faziam-no logo depois de cumprirem o serviço militar obrigatório, por volta dos 23/24 anos de idade.
 
Actualmente, a maioria dos jovens não casam e os que o fazem, uma boa parte acaba por se divorciar; ficam em casa dos pais até aos 30/40 anos e outros nem sequer chegam a sair; aqueles que optam por constituir família, fazem-no a título de experimentação, concordando mutuamente juntar os trapinhos.
 
As gerações jovens do meu tempo, numa época difícil de ditadura, apesar de tudo, embora não tivessem as mordomias das actuais, viviam felizes, rodeados de afectos e estabilidade familiar, tão necessária a um crescimento emocionalmente equilibrado e confiante, ao contrário do que acontece presentemente, com pais separados e filhos divididos, muitas vezes disputados em dolorosos e morosos processos judiciais, uma situação que é responsável pela intranquilidade, insegurança e rebeldia de muitos dos nossos jovens que acabam por ter muitas dificuldades de integração na sociedade e de adaptação às suas regras.
 
Na verdade, com a idade que tenho, já experimentei e vi muita coisa, como ser emigrante e inclusive viver na ditadura durante 25 anos.  Porém, uma das coisas que mais me surpreende negativamente e que jamais imaginei  pudesse acontecer quando festejei entusiasticamente a conquista da "liberdade" e da democracia, é que a coberto do manto protector dessa liberdade democrática se tenha arruinado o conceito de família, o casamento e tantos outros padrões e regras absolutamente fundamentais que fragilizaram e minaram seriamente o forte e sagrado significado da palavra FAMÍLIA.
 
NOTA: - Acredito que haja pessoas do meu tempo que possam não concordar com o texto e possam afirmar que foram tudo, menos jovens exemplares. Para salvaguarda, direi que em todos as épocas houve excepções à regra; porém, aquilo que o texto descreve sobre as gerações jovens do meu tempo, era efectivamente a regra.
 
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Efectivamente, a diferença entre as gerações mais antigas e as actuais, é abismal!

Não há comparação possível.

Os Filhos, naquela Época, compreendiam e aceitavam, as dificuldades, que eram muitas, dos Pais.

Agora, apenasmente, querem e exigem, sem saberem se há possibilidades, tudo e mais alguma coisa.

Depois, ainda há outro problema mais grave: Os Filhos, porque viram um Telemóvel de última Geração, ao vizinho do lado, também querem um igual ou superior.

Os pais, por sua vez, não querendo que o seu filho, mimado, fique com complexos de inferioridade, se não têm Dinheiro, vão comprar o Brinquedo a Crédito, para satisfazer as BIRRAS do Menino!

Moral da História: Os Pais, os que têm Dinheiro, são os principais culpados do comportamento, menos próprio, dos BEBÉS.

Diferenças entre o antes e o depois: Na minha criação, se alguém, mais velho ou os Pais, nos chamavam, dizíamos: Vou já e íamos logo a correr.

Agora, os meninos, quando os chamam, dizem: Já vou e nunca mais aparecem!

Quanto aos Casamentos, nem dá para falar.

Antigamente, casavam-se para toda a vida. Agora, casam-se, vão para Lua de Mel e quando voltam, vai cada um para a Casa dos respectivos Papás.

Nós, agora, também estamos a usar o Sistema Americano. Nos USA, Casam as Pessoas em dez Minutos e descasam-nas em Cinco Minutos.

No entanto,o que mais me irrita, é a facilidade com que esta Juventude, trata as Pessoas mais velhas.

Eles não têm qualquer problema em tratar uma Pessoa que os está a tratar por Senhor, por Você.

Eu já ouvi um Comentador dizer, na TV, que na Língua Portuguesa , não existe tratamento por Você, nem existe Dª Maria ou Senhora Maria, mas sim, Exma Senhora Dª Maria. Refiro-me à Correspondência.

Fora da Correspondência, ficava-lhes bem, o tratamento anterior, ou seja, a Senhora ou o Senhor.

De facto, isto levou uma volta, para pior, de cento e oitenta Graus!!
Laranjeiro, 02-06-2015