COMO FOI POSSÍVEL?

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É impressionante a dimensão da corrupção em Portugal. As coisas vão-se descobrindo e à medida que se vão zangando as comadres, vamos sabendo mais verdades. Parece não haver um único Organismo do Estado em que não tenha havido ou não haja corrupção. Há negócios vergonhosos e ruinosos para o Estado, celebrados com a cumplicidade de membros dos sucessivos governos mas, pelos vistos, nada comparável ao que se passou durante a governação de José Sócrates. As notícias dão conta de negociatas escandalosas, verdadeiros roubos de catedral, para beneficiar amigos e Empresas e, simultaneamente, obter chorudas recompensas.

Agora, depois de conhecido o tsunami corruptivo em Portugal, percebi o fenómeno da subida vertiginosa da Dívida Pública, ano após ano, até se tornar no monstro actual, a qual custa cerca de 24.000 euros a cada português e representa aproximadamente 134% do PIB!

Pelos números que têm vindo a Público, sabe-se agora que o reinado de Sócrates foi desastroso para o endividamento do País e o empobrecimento dos portugueses. Não há memória de um regabofe tão ruinoso para o Estado Português! Foram milhares de milhões subtraídos ao Erário Público para satisfazer toda a casta de clientelas! Quando Sócrates iniciou as funções de Primeiro Ministro, a Dívida Pública Portuguesa estava nos 62% do PIB e durante o seu reinado subiu para 111%! Quase que duplicou! 

Pergunto: como foi possível que um País inteiro, Presidente da República, Oposição e Organismos Reguladores permitissem um tal descalabro governativo? Vi apenas um homem contestar veementemente, semana após semana, as loucuras de José Sócrates, chegando a afirmar que ele, Sócrates, rebentaria com as finanças e a economia do País, o que de facto, infelizmente, veio a acontecer.

Esse brilhante economista, Prof. Henrique Medina Carreira, demonstrava todas as semanas no programa que fazia na TVI, por A+B que o País não aguentava as irresponsáveis extravagâncias daquele Primeiro Ministro, mas ninguém o levou a sério e até lhe chamavam nomes muito feios.

Toda aquela multidão que apoiava e endeusava Sócrates não gostava de ouvir a verdade dos números citados pelo corajoso economista e por isso o ridicularizavam e lhe chamavam "velho caquético e louco". Tenho a certeza que Medina Carreira partiu triste e desiludido por verificar que uma Nação inteira fechou os olhos à ruinosa actuação de Sócrates, permitindo-lhe fazer tudo o que lhe deu na real gana, enxovalhando a dignidade do povo português.

Por mim, continuo a bater na mesma tecla: o verdadeiro culpado da ascensão de Sócrates ao poder, foi Jorge Sampaio que na ânsia de ajudar o PS a reconquistar a área da governação, exonerou um Governo que tinha maioria na Assembleia da República, não havendo razões para tomar tão drástica e perigosa decisão, da qual resultou  a tragédia que todos conhecemos.