segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tragédia na Praia MARIA LUISA



Ao longo dos últimos 35 anos, sempre que se proporcionou, desloquei-me ao Algarve, para passar 8 ou 10 dias de férias.

Uma das características das praias do Algarve é que são quase todas constituídas por escarpadas falésias, uma boa parte delas mal protegidas e um perigo constante para os veraneantes que na praia procuram a sua sombra mas também para aqueles que na parte superior se aproximam demasiado, para apreciar a paisagem e o mar.

Em quase todas as praias que frequentei, pude observar o perigo que constituem algumas falésias, mal sinalisadas e mal protegidas, para impedir que os desprendimentos alcancem a praia.

Mas no topo das arribas, o cenário também não é melhor porque os equipamentos colocados ao longo das falésias, para protecção das pessoas, ou está em mau estado de conservação ou já nem sequer existem.

Quem contemplar esta realidade, não pode deixar de pensar que existe um certo desleixo por parte das entidades que têm a seu cargo a responsabilidade de manter estas falésias seguras.

Esta situação causa alguma perplexidade porque as praias são a grande fonte de riqueza do Algarve e, nesse sentido, deviam merecer uma atenção muito especial, desde logo, cuidando das falésias para salvaguarda da integridade física das pessoas, evitando tragédias como a que agora aconteceu, na fatídica manhã de 21 de Agosto, na praia Maria Luisa em Albufeira, cuja derrocada tirou a vida a cinco pessoas e feriu gravemente mais umas quantas.

Invariavelmente, em Portugal, é necessário que aconteça algo de grave para depois se dar atenção às coisas, imitando o ditado que diz: "depois da casa arrombada, trancas na porta". Veja-se o que aconteceu com a ponte de Entre-os-Rios, a história que se repete todos os anos com os fogos e tantos outros acontecimentos trágicos que com um pouco de atenção e prevenção podiam ser evitados.

Enquanto o Estado não privilegiar o bem-estar das pessoas acima de quaisquer outros interesses nacionais, as tragédias vão continuar.

Os governantes têm que ser capazes de se antecipar, de tomar a dianteira, em vez de andarem sempre atrasados, sempre na rectaguarda das tragédias.

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