domingo, 25 de dezembro de 2011

UMA GREVE INCOMPREENSÍVEL

IMAGEM RETIRADA DO GOOGLE

A greve dos maquinistas da CP, mesmo admitindo que tivessem carradas de razão, não tem justificação nesta quadra natalícia, por excelência, dedicada à FAMÍLIA.
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Numa conjuntura em que as dificuldades económicas dos portugueses atingiram níveis nunca antes alcançados, não passa pela cabeça de ninguém privá-los do meio de transporte mais adequado para se deslocarem a casa dos familiares passar a noite da consoada; só mesmo os maquinistas da CP, uma classe de trabalhadores privilegiada e com os ordenados em dia, seria capaz de o fazer, causando grandes dificuldades a todos quantos planearam fazer a viagem de comboio.
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Pessoalmente, estou completamente em desacordo com a greve dos maquinistas e, por isso mesmo, não contam com a minha compreensão e solidariedade. Eu sei que eles se estão marimbando para o que eu penso e para a minha falta de solidariedade, mas a fazer fé nos comentários generalizados dos portugueses, ficamos com a convicção de que o sindicato e os maquinistas da CP, ficaram muitíssimo mal na fotografia.
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A nossa liberdade termina onde começa a dos outros e, por isso mesmo, não é razoável que uma classe de mil e poucos profissionais, decida paralisar na véspera da consoada, consoada e dia de Natal, um transporte público de grande audiência, com o pretexto de levar a cabo as suas reivindicações e discordâncias com a Administração da CP.
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Mais de dois mil comboios cancelados, cerca de 2,5 milhões de euros de prejuízo e milhares de cidadãos impedidos de viajar de comboio e obrigados a arranjar transporte alternativo, à última hora.
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Mas afinal, quem saiu prejudicado com os efeitos desta greve? Os mesmos de sempre, os utilizadores dos transportes, o povo; e foi penalisado duplamente, já que para além da privação do transporte, também vai pagar, na qualidade de contribuinte, a factura dos prejuízos causados à CP.
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No braço de ferro entre os maquinistas e a administração da Empresa, em que é que os administradores foram prejudicados? Porventura, vão ser despedidos ou deixar de continuar a receber os seus vencimentos no final de cada mês?
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Se a contestação dos maquinistas é contra a CP e a sua administração porque carga de água decidiram penalisar duplamente o cidadão português comum que não é tido nem achado no diferendo?
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E que dizer das duas centrais sindicais que se uniram para apadrinhar esta greve? Nestas coisas, quando uns são injustos e insensíveis, os outros intervêm como moderadores e mais sentido de responsabilidade. Neste caso, os dirigentes das duas centrais, decidiram prejudicar e fazer a vida negra a milhares de trabalhadores portugueses que pretendiam viajar de comboio para junto das suas famílias partilhar a ceia de natal!
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Há algo de muito errado nesta greve e é absolutamente incompreensível que alguém com um mínimo de sentido de responsabilidade a tenha decretado. São actuações desta natureza, levadas a cabo pelo movimento sindical que ridicularizam e descredibilizam a importância do seu papel na sociedade portuguesa.
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Segundo declaração do porta-voz dos maquinistas, esta greve teve o propósito de contestar os processos disciplinares ilegais, alegadamente interpostos pela empresa!
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Se foi este o motivo, com franqueza, não me parece que assista aos maquinistas o direito de tomar uma decisão tão drástica de paralisar os comboios em todo o País e causar tantos prejuízos e transtornos aos portugueses.
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Portugal necessita de grandes reformas para levar de vencida os seus graves problemas económicos mas precisa também de um movimento sindical responsável e adequado aos tempos que vivemos, capaz de ter em conta os reais interesses do País e dos trabalhadores. 
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Esta greve da CP, inoportuna e incompreensível, dada a gravidade da conjuntura económica que o País atravessa e tendo em conta o extraordinário significado que tem para as famílias a consoada e a quadra natalícia, é o reflexo de um movimento sindical inadequado ao País que somos e uma monumental nódoa negra  na actuação dos órgãos directivos da CGTP e da UGT que uma vez mais decidiram mal e deram mais um forte contributo para a sua descredibilização.

6 comentários:

Unknown disse...

Li todo o artigo e continuo sem perceber as razões da greve neta data e os grandes prejuízos que trazem para todos nós.

Vistas as coisas de um lado tira-se uma conclusão, mas vendo-a do outro lado parece que a razão está dividida.

Uma boa administração e bons funcionários farão uma grande empresa onde uns e outros estejam lá para trabalhar.

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

De facto, e tendo em conta a actual conjuntura económica, não sei o que é que estes Senhores, e Sindicatos, vão ganhar, com mais esta Greve (Greivindicação)!!!!!!

Isto só vai acabar quando Empresa e Trabalhadores, forem obrigados a pagar todos os prejuizos aos Utentes destes Transportes.

Como é que se compreende que as Pessoas hajam comprado Passe, e, devido a esta Greve e à quadra festiva, que se vive, tenham que gastar dezenas de contos, para irem passar a mesma, com os seus Familiares?

Efectivamente, cada vez dou mais razão aos Franceses. Isto é, mesmo, uma Democracia Carnavalesca!!!!!!!!

Laranjeiro, 26-12-2011

Anónimo disse...

Nesta época natalicia e familiar, tanta gente a caminho do desemprego...

Anónimo disse...

Olá Manuel,

Espero, que o seu Natal tenha sido bom e feliz. O meu foi normal, alegre e sem consumismos.
Li o seu texto, na íntegra, parágrafo a parágrafo, e não posso estar mais de acordo consigo.
Mas vou falar NÃO ANONIMAMENTE. Então, que falta de carácter demonstava eu, que com capuz, dizia as coisas e depois fugia, não as assumia! Vivemos em DEMOCRACIA, todos sabemos.
Para quem não sabe, ou não está recordado,este regime político, teve origem na Grécia Antiga, no tempo de Péricles e significa à letra "Governo do povo".
Mas se tomarmos tudo "À LETRA", mal vamos nós, isto é, dizemos tudo como os doidos, o que nos vem à cabeça, e o mais grave é quando não temos razão. Foi o caso.
Mas como cidadã Portuguesa, com formação académica superior tenho o direito de opiniar, como você o fez e muito bem.
Poderia estar ou não, de acordo, consigo, MAS ESTOU.
Nunca fiz uma greve, na minha vida profissional ou privada. SOU CONTRA. Sou a favor da conversa, do entendimento, do diálogo e das palavras.
O diálogo dá sempre frutos, diz-nos a História, e sai sempre certo.
Há muito dinheiro por aí, e os que mais reclamam, são aqueles, que vão de carro tomar café ou tomam, TODOS OS DIAS, o pequeno almoço fora. É a pressa e o hábito, dizem eles.
ORGANIZEM-SE e DESABITUEM-SE DOS MAUS HÁBITOS.

Assim, não vamos lá.
SINDICATOS? Não sou sindicalizada, por opção, porque ainda não entendi, não vi, NA PRÁTICA, qual é o papel deles. Ah! já sei, temos de descontar uma percentagem do nosso ordenado para eles.
Tem de vir o tempo do carapau para dois. Não sou desse tempo, mas os meus pais são.

Só quem tem regalias e falta de entendimento, faz greve e de preferência à sexta-feira (agora, parece, que já tomaram mais cuidado, nessse aspecto).

UM DIA, A HISTÓRIA IRÁ REPOR A VERDADE E COLOCAR OS DADOS, CORRECTAMENTE.
E A HISTÓRIA É FEITA PELOS HOMENS (está h maiúsculo, porque senão teria de dizer, homens e mulheres, professores e professoras, trabalhadores e trabalhadoras). Agora virou moda.
A 3ª pessoa do plural dos verbos,
ou nomes, em geral, são do masculino plural, e servem para os dois géneros. Exemplificando: Ele e ela foram ao cinema, então será ELES foram ao cinema.

Tenha um óptimo dia. Está solinho.
Abraço.

Manuel Carmo Meirelles disse...

Obrigada LUZ
Pela sinceridade do seu comentário que podia estar em desacordo com a minha forma de ver as coisas que seria igualmente publicado e também não alteraria a minha opinião relativamente à imagem que construí da autora de AFECTOS E CUMPLICIDADES.
Há muita gente que a coberto do anonimato, se serve das redes sociais para dizer barbaridades.
Nunca fiz nada sobre anonimato e para tudo quanto digo ou faço, dou sempre a cara.
Sou daqueles que compreendo os actos reivindicativos mas respeitando princípios e regras fundamentais. Não vejo com bons olhos o facto de uma qualquer classe de profissionais fazer vingar as suas reivindicações à custa dos imensos problemas e prejuízos que causam a outros trabalhadores, tal como não aprecio o trabalho de um humorista, de um cantor ou de qualquer outro artista que se serve das deficiências físicas e de outras misérias humanas para realizar o seu trabalho e ganhar a vida.
Também nunca fui sindicalizado, mesmo quando fui ameaçado e por uma razão muito simples: não concordava nem concordo com o papel dos delegados sindicais que constantemente faltavam ao serviço e usufruíam de regalias que prejudicavam os Serviços e os colegas que lá trabalhavam.
Há imensa gente por esse País fora que não tem qualquer poder reivindicativo e que vive em condições extremamente difíceis.
Devemos actuar com bom senso e sentido de responsabilidade e quando tomarmos decisões que colidam com a liberdade dos outros, devemos olhar para a frente, para trás e para os lados, reflectir e saber avaliar a nossa situação em comparação com a de outros trabalhadores.
Nesta greve da CP, isso não aconteceu e, pelos vistos, em Janeiro vão repetir a mesma dose.
Se isso acontecer, é lamentável.
Continuação de Boas Festas.

Pedro Miguel SIlva Macedo. disse...

Muito Obrigado pelo Comentário ao meu Bloggue .
Feliz Ano novo para si e Para os seus :)