sábado, 7 de novembro de 2015

A TAGARELA CALOU-SE!?!?!?!


Imagem retirada do Google

Teve 10% dos votos dos eleitores portugueses, o equivalente a uma representação de 19 deputados na Assembleia da República mas festejou efusivamente tal marca como se realmente obtivesse uma estrondosa vitória na noite eleitoral de 4 de Outubro.

Logo nessa noite, com esfusiante alegria, anunciou a derrota da "direita" e o fim do governo da Coligação, classificando como histórica a vitória da esquerda, a qual, somada, passava a ter maioria no Parlamento. Disparou em todas as direcções e não se coibiu de proferir ataques a roçar o insulto, grotescos e pouco éticos, à Coligação e ao Presidente da República, um atrevimento que não é usual nas mulheres portuguesas.
 
Aproveitando a felicidade do momento, ainda com o sangue a fervilhar nos capilares, não perdeu tempo e nessa mesma noite de inolvidável sucesso, vaticinou que o próximo governo de Portugal seria formado com as forças de esquerda, tendo como base o programa do Partido Socialista e com a participação ou não de elementos do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda.

A partir dessa noite nunca mais se calou, afadigada a dar entrevistas às rádios e às televisões, repetindo invariavelmente a mesma "cassete" da noite eleitoral. Ela abria e fechava os telejornais, ela era convidada para todos os programas televisivos e  a conversa era sempre a mesma: a derrota da "direita" e a vitória da esquerda, reforçando a ideia de que os portugueses disseram claramente nas eleições de 4 de Outubro que não queriam um governo liderado pela Coligação de direita.

Nestes dias de glória, a tagarela, achando-se dona do mundo e "legítima" representante da maioria do povo português, direito que reclamou em função dos 10% de votos que os portugueses lhe atribuíram no último acto eleitoral, tomou o lugar de protagonista principal nas negociações a três para um acordo de governo com o PCP e o PS, divulgando diariamente detalhes das conversações, mesmo sem haver ainda a certeza de que seria possível efectivar esse acordo a três.

Pelos vistos, o Partido Comunista sentindo-se ultrapassado, não gostou desse protagonismo e veio a público pôr os pontos nos ii, dizendo que as coisas não seriam assim tão fáceis e lineares e que para haver acordo, haveria que ter em conta matérias de que o PCP não abdica.

Desde então para cá, notámos que a tagarela, por vontade própria ou obrigada pelos seus parceiros, desapareceu dos radares noticiosos, proporcionando umas férias merecidas a todos quantos estavam fartos de ouvir as suas bacoradas.

Acrescentar uma coisa curiosa muitíssimo interessante para se avaliar o carácter e a honestidade política e intelectual de uma dirigente política. No início do ano, após o sucesso eleitoral do Syrisa na Grécia, a tagarela rejubilou de contentamento e deslocou-se à Grécia para celebrar com o povo e os dirigentes syrisistas tão épica e monumental vitória. A euforia apoderou-se do Bloco de Esquerda com a vitória do Syrisa e a tagarela, passou a massacrar diariamente os portugueses com o exemplo e as virtudes do governo Grego comandado pelo sr. Tsipras.

Durou pouco tempo essa euforia porque ao contrário do Bloco de Esquerda, todo o mundo adivinhava e vaticinava que o Syrisa, com o seu revolucionário programa de governo, não tinha hipótese de governar, como veio a acontecer efectivamente meia dúzia de meses depois com a convocação de eleições antecipadas. É verdade que Tsipras voltou a ganhar as eleições mas para poder formar um governo que pudesse honrar os compromissos da União Europeia e receber das instituições credoras o empréstimo de dezenas de milhões de euros, teve que expurgar o partido de alguns dirigentes da extrema esquerda, com um pensamento ideológico muito perecido ao dos dirigentes do Bloco de Esquerda.

Esta tomada de posição do Primeiro-Ministro grego foi um balde de água gelada para os bloquista portugueses que fizeram toda a campanha eleitoral para as legislativas sem fazer qualquer referência ao Syrisa e ao seu modelo de governo, tendo até ficado muito desconfortáveis quando algum jornalista mais competente e independente lhes colocou questões relacionadas com o partido grego que poucos meses antes tanta euforia tinha gerado nas suas hostes.

Os próximos tempos vão permitir aos portugueses observar o verdadeiro rosto dos dois partidos da extrema esquerda portuguesa, obrigados que são a retirar a burka, depois do acordo histórico de dar viabilidade e cobertura a um governo socialista.

Vamos esperar para ver se é possível uma coabitação pacífica e democrática com personagens ideologicamente tão diferenciadas.

Uma coisa é certa, muito mal vai um País quando dá tanta atenção e importância a uma simples tagarela que não fala verdade e nada sugere de razoável para melhorar as contas do País e o bem-estar dos portugueses.
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisba

Exmo Senhor
Autor,

De facto, parece que, nas Eleições de 04-10-2015, todos ganharam excepto quem, mesmo, as ganhou!

Até o PAN que, pelo que se diz, ganhou um Deputado devido à confusão com os logótipos dos Boletins de Voto, caso contrário, quem o ganhava era o Partido do Dr Marinho Pinto, cantou vitória!

Efectivamente, não consigo entender como é que muitos políticos de direita e esquerda que também são Economistas, não conseguém entender que, sem dinheiro e com uma economia que ainda não está consolidada, fazem certas declarações!

Para mim têm, alguma coisa que não querem declarar, na manga.

Eles não são tão inocentes que não saibam que, Portugal, a ser controlado por tudo e por todos, não pode dar, pelo menos, a 30% da População, aquilo que, ainda, não tem.

Assim, para mim, há algo que eles não querem divulgar.

E esse algo, é começarem a cobrar, o que já deviam ter cobrado, há quarenta e um Anos, aos Bancos e aos grandes grupos económicos.
Laranjeiro, 08-11-2015