domingo, 25 de outubro de 2009

CASA PIA - POR ONDE ANDA A JUSTIÇA?


O Processo de Pedofilia da Casa Pia, a par de muitos outros processos judiciais cujos arguidos são socialmente importantes e economicamente poderosos, acabam por se arrastar indefinidamente, ao longo de muitos anos, usando os advogados dos prevaricadores todos os truques e mais alguns, para contestar provas e impedir que o processo avance.

Este processo cheira mal que tresanda porque as alegações da defesa, pelo que se tem observado ao longo do processo são autenticos "faits-divers" com muito pouca base de sustentação como o provam o resultado dos processos que Jaime Gama, Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso intentaram contra as vítimas que os acusaram de actos pedófilos.

Porque é que esses processos foram arquivados? Foram arquivados porque os queixosos não conseguiram provar que as vítimas mentiram. Então se as vítimas não mentiram... no mínimo, ficou demonstrado que os queixosos têm culpas no cartório e que a justiça não actuou em conformidade.

Agora, os principais arguidos no Processo de Pedofilia da Casa Pia, juram a pés juntos que nunca se conheceram antes e que os horrores a que sujeitaram as crianças, em conjunto, nunca aconteceram e que é tudo uma descarada mentira.

Desde que assisti, em directo, num telejornal da TVI e da SIC, um dos arguidos a jurar por tudo quanto havia de mais sagrado no Mundo e a chorar baba e ranho que nunca praticou qualquer acto pedófilo e que estava a ser vítima de uma grande injustiça, garantindo que estava de consciência tranquila que tudo aquilo me cheirou a esturro e pelo tempo fora pude constatar que não estava enganado.

O que foi feito das fotos que foram encontradas em casa do embaixador pedófilo Jorge Rito que a Secretária de Estado da Família, Teresa Costa Macedo afirmou ter visto e que a jornalista Felícia Cabrita confirmou? Parece que desapareceram sem deixar rasto.

O que foi feito do processo, instaurado na década de oitenta, em que Carlos Cruz era incriminado de abuso de menores? Parece que desapareceu sem deixar rasto.

Porque é que Hugo Marçal, estando também ele implicado no Processo, se propôs defender Carlos Silvino, segundo se diz, a mando de Carlos Cruz? E porque apareceu depois Dória Villar a defendê-lo, com a missão de o manter calado? E porque é que Carlos Silvino foi ameaçado por diversas vezes para não falar? Para manter a boca bem fechada?

Agora aparecem chamadas telefónicas que desmentem a táctica adoptada pelos arguidos que afirmaram e afirmam nunca se terem conhecido e a única explicação que encontram é negar, dizendo que não fizeram tais chamadas. Felizmente, que neste como noutros processos, há sempre um gato escondido com o rabo de fora, embora muitas vezes quem tem a responsabilidade de julgar, porque não lhe convém, o procure ignorar, fingindo que o não vê.

Estes ilustres Senhores combinaram dizer que nunca se conheceram e os bacanais de que fala Silvino e as crianças, nunca aconteceram porque tanto ele como as crianças abusadas, são mentirosos compulsivos.

Mas porque haveriam as crianças de mentir e qual o interesse?

O que se sabe, é que as crianças abusadas pelos predadores pedófilos, eram aliciadas com ofertas diversas e obrigadas a fazer aquilo que não queriam, sob o efeito de drogas e depois ameaçadas de morte caso dessem com a língua nos dentes.

E como se pode sustentar em julgamento que as crianças mentiram se elas identificaram os locais onde decorreram os abusos, reconheceram os pedófilos pelas fotografias, descreveram os seus hábitos e até foram capazes de indicar algumas características do corpo e sinais nos órgãos genitais?

Será que se houvesse mais interesse em descobrir a verdade, não seriam encontradas muitas mais provas sobre quem se entregou a esta prática anos a fio?

E já agora, porque foi afastado o Juiz Rui Teixeira do Processo Casa Pia e depois acusado de ter cometido um erro grosseiro ao decretar a prisão preventiva do Deputado Paulo Pedroso?

É preciso ter em conta que até hoje, ainda nenhum Juiz ilibou Pedroso dos crimes de que foi acusado pelo Juiz Rui Teixeira, tendo sido até arquivados os processos que moveu contra as vítimas que o acusaram, por não ter conseguido provar que as mesmas mentiram.

É claro que o Juiz Rui Teixeira, foi vítima de um lobie poderoso que se colocou ao lado do Deputado Socialista para o safar, a qualquer preço, do atoleiro em que se enfiou dos pés até à cabeça, com a agravante de não se poder defender, uma vez que foi proibido pelas instâncias judiciais de se pronunciar sobre o Processo.

Ressalta à vista de qualquer cidadão medianamente inteligente e isento que para esse lobie poderoso ter chance de despronunciar Pedroso, tinha que, numa primeira fase, arrasar completamente o Juiz Rui Teixeira, o que fez, desacreditando-o e inventando uma série de erros no trabalho produzido, no âmbito do Processo Casa Pia e depois, numa segunda fase, arranjar forma de o processo ser apreciado na Relação, por magistrados da cor política, de forma a produzirem os despachos necessários para evitarem o seu pronunciamento.

De facto assim aconteceu porque a juíza de instrução Ana de Barros Queiroz Teixeira e Silva, tendo como base o acórdão da Relação de 8 de Outubro de 2003, feito à medida para livrar Paulo Pedroso de ir a julgamento, assim entendeu, embora tenham sido pronunciados outros arguidos e estejam a ser julgados, com as mesmas provas e os mesmos fundamentos.

Esta actuação dá que pensar, tanto mais que nenhum dos outros arguidos beneficiou de um acórdão à medida, a não ser que este (acórdão) venha também a servir para proferir, no final do julgamento, uma sentença que os considere a todos inocentes e, dessa forma, lhes permita igualmente exigir uma indemnização ao Estado pelos graves prejuízos morais e materiais sofridos durante todo o Processo.

Depois do desfecho do Processo que presumo não venha a dignificar a Justiça, terei grande curiosidade e ansiedade até, em ouvir da boca do Juíz Rui Teixeira, em defesa da sua honra, o que lhe vai na alma, acerca deste Processo que tornou a sua vida num inferno e só deu no que deu, porque um dos arguidos se chamava Paulo José Fernandes Pedroso que por acaso era dirigente do Partido Socialista e Deputado na Assembleia da República, pois caso contrário, todas as decisões tomadas, no âmbito do Processo, por Rui Teixeira teriam sido correctas e normais.

Diz-se na minha terra que até ao lavar dos cestos é vindima. Acredito que um dia ainda se saberão coisas importantes e verdadeiras sobre este Processo Casa Pia

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