sexta-feira, 11 de abril de 2014

GENOCÍDIO NO RUANDA - 800 MIL MORTOS EM 100 DIAS DE MASSACRES - UMA LIÇÃO QUE O MUNDO NÃO APROVEITOU!



Foto retirada do Google

Fez no dia 7 de Abril 20 anos que ocorreu no Ruanda um dos maiores genocídios da história da humanidade, mais de 800 mil mortos durante 100 dias de consecutivos e horrorosos massacres.

As etnias Hútus e Tutsis foram cultivando ao longo de séculos uma rivalidade odiosa que se agravou com o processo de descolonização do pós-Segunda Guerra, quando o território ruandês foi deixado pelos belgas, depois de meio século de colonização.

 A partir desse momento, a maioria hútu que sempre atribuiu todas as desgraças da nação à população tutsi, intensificou o ódio e as hostilidades e começou a arquitectar um plano para os aniquilar, plano esse que era do conhecimento e tinha o consentimento dos governantes da época.

Por coincidência, ou não, ocorreu no dia 6 de abril de 1994, um atentado que derrubou o avião que transportava o presidente ruandês Habyarimana e imediatamente o atentado foi atribuído aos tutsis ligados ao FPR (Frente Patriótica Ruandense) e agarrado como pretexto para iniciar uma caça à minoria tutsi que durou 100 dias.

Este trágico acontecimento tem muitas outras variantes e origens, mas o meu objectivo não é contar a história mas tão somente estabelecer um paralelo entre o que se passou no Ruanda há 20 anos e o que aconteceu no Congo, na República Centro-Africana, no Egipto e  na Líbia e ainda acontece na Síria, na Venezuela e na Ucrânia e em tantas outras regiões do Mundo, relativamente à intervenção da ONU e dos seus estados-membros.

Vergonhosa e criminosamente, a ONU e os estados-membros, assistiram passiva e insensivelmente, durante 100 dias aos horrorosos massacres, quando aquele Organismo tinha toda a propriedade para acionar o Conselho de Segurança e evitar, ou pelo menos minimizar, toda aquela tragédia e nada não fez para travar a sede de vingança dos assassinos.

Um acontecimento tão trágico, em consequência do ódio e da crueldade de uns e da insensibilidade e desprezo pela vida humana, de outros, que devia ser recordado e servir de lição para nunca mais se poder repetir uma tragédia idêntica, foi praticamente esquecido, restando apenas o doloroso testemunho dos que sobreviveram ao extermínio, vítimas dos mais inenarráveis episódios de violência, bem visíveis nos seus corpos mutilados.

O sentimento de perda não é igual para todo o ser humano. Enquanto os atentados contra as Torres Gémeas ou contra a Estação de Atocha, entre outros, são recordados todos os anos no 11 de Março e 11 de Setembro, com cerimónias sumptuosas apropriadas, o genocídio do Ruanda caiu no esquecimento, porque as 800 mil vítimas da minoria tutsi, seres humanos iguais a quaisquer outros, assassinadas com requintes de insuportáveis momentos de crueldade e tortura, não geram na comunidade mundial o mesmo sentimento de perda.

Porém, hoje como ontem, a ONU continua a desempenhar um papel meramente representativo por quem os inúmeros beligerantes em todo o mundo não têm qualquer medo ou respeito e, por isso mesmo, cometem toda a espécie de crimes contra a humanidade impunemente.

Desenganem-se pois, aqueles que pensam que a actuação da ONU no Ruanda não se repetirá porque não é verdade, basta lembrar os recentes conflitos da Líbia, da Síria, do Egipto, da Venezuela e da Ucrânia, onde os direitos humanos são ignorados e os civis são massacrados, para se concluir que a ONU não defende nada nem ninguém, a não ser os chorudos tachos e mordomias dos seus  milhares de funcionários em todo o Mundo.

Os acontecimentos nos países atrás citados, é um sério aviso para os seus governantes que não devem confiar naquela organização nem esperar que lhes resolva os seus problemas de soberania, democracia ou outros porque se o fizerem estarão condenados a nunca encontrar uma solução e a assistir, impotentes, à  degradação económica, política e social dos seus Países e à miséria do seu povo.

Aos governantes destes Países, face ao despudorado conformismo, passividade e insensibilidade da ONU e dos seus membros, não lhes resta outra alternativa que não seja enfrentar com sentido democrático, coragem e determinação os gigantescos desafios que a conjuntura económica social e política lhes criou,  para vencê-los, negociando consensos e recolhendo contributos de todas as forças vivas da nação.

Com essa atitude, poderão salvar os seus países da guerra e da bancarrota e evitar a miséria e o sofrimento ao povo.

 
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

Assim é, efectivamente!!

De facto, enquanto os interesses económicos, falarem mais alto, pobres dos que estão metidos nestas embrulhadas!!

É uma pena,já não haver dirigentes como antigamente.

Realmente, não sei o que estão a fazer, além dos Ordenados Milionários que, todos, auferem, estes Senhores, da ONU!!!!!

Mas, a nossa Europa é um Milhão de vezes, pior!!!!!!

Veja, o que a nossa CE, fez à Ucrânia!!!!!!!

A União Europeia, lançou o fogo e fugiu.

Os Americanos, por outro lado, agora, estão numa de bonzinhos e de pacifistas.

Quando se deviam meter, não se metem.

Quando não é preciso meterem-se, metem-se.

Ou seja, isto continua a ser um, enormíssimo, jogo de interesses.

É, deveras escandaloso, ainda existirem, nos Séculos XX e XXI, estes conflitos, e os que têm PODER e meios, ao seu alcance, não fazerem, absolutamente, nada de nada para os minimizar ou acabar com eles.
Laranjeiro, 11-04-2014