quarta-feira, 20 de maio de 2015

GREVES? NÃO! OBRIGADO. - É SEMPRE O POVO A PAGAR A MAIOR % DA FACTURA


Imagem retirada do Google

Mais uma greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa. Mais um dia complicado e difícil para a população da Área Metropolitana de Lisboa que está cansada destas constantes paralisações dos transportes públicos da capital.
 
O direito à greve está consagrado na Constituição da República e é utilizado como a "arma" mais poderosa nas reivindicações dos trabalhadores de algumas empresas públicas e também como oposição e contestação política  à actividade governativa, quando essa "arma" poderosa devia ser o diálogo e, em última instância e só em última instância, quando esgotados todos os meios, inclusive o recurso ao Tribunal do Trabalho, então o recurso à greve, tendo sempre bem presente, o transtorno e os prejuízos que as mesmas causam à maioria dos trabalhadores e à população em geral.
 
Quase todas as greves prejudicam muito mais a população do que propriamente o patronato e, consequentemente, não fazem sentido, devido à dimensão dos danos colaterais. A população da cidade de Lisboa ou de outra qualquer cidade do País, não tem que ser constantemente massacrada física, psicológica e materialmente por causa do processo reivindicativo dos trabalhadores das empresas de transportes, detentores de remunerações salariais bem melhores que a maioria dos trabalhadores prejudicados pelas greves.
 
Diz a Constituição da República que "a liberdade de alguém vai até onde não prejudique a liberdade dos outros". Nos casos da greve dos transportes aéreos (TAP), rodoviários (CARRIS), ferroviários (COMBOIOS) e fluviais (BARCOS), a população é dupla e brutalmente penalizada, tendo em conta que lhes é negado um serviço que foi pago antecipadamente. Nestas greves, as reivindicações de um número restrito de trabalhadores, sem por em causa a sua justeza, afectam e prejudicam um universo de trabalhadores incomparavelmente maior, facto que me leva a constatar que "a liberdade de uns quantos (poucos), ultrapassa os limites democráticos e prejudica a liberdade e os interesses dos outros".
 
A classe sindical, a reboque das forças políticas que representa e também para se ocupar e mostrar trabalho, convoca greves por tudo e por nada e depois é o povo que sofre na carne as consequências dessas intempestivas decisões, ao ver-se privado de um transporte que já pagou e ao ver agravados os impostos e as suas condições de vida e de trabalho, para pagar os prejuízos acumulados anualmente por essas empresas públicas.
 
O povo tem aguentado todos os sacrifícios de forma heroica, calando muitas vezes a revolta que lhe vai na alma, mas tudo tem limites.
 
Eu sei, todos sabemos que a maioria das greves têm motivações políticas e é precisamente por isso que o povo vai aguentando, já que muitos cidadãos, embora seriamente prejudicados, acabam por não se queixar, solidarizando-se com as políticas do seu partido.
 
Mas tal como diziam os meus avós "não há mal que sempre dure, nem bem que se não acabe". Todas as modas passam e o mundo é feito de mudança. Acredito que não estará longe o dia em que os grevistas vão passar a ser rejeitados e detestados pela maioria do povo e, nessa altura, tenho a certeza, os sindicatos e os seus membros passarão para um plano secundário, pouco interessados sequer em dar a cara ou protagonizar greves de cariz político. Isto vai acontecer quando os interesses do País e da maioria da sua população forem escrupulosamente respeitados e colocados no topo das preocupações dos políticos e governantes, por iniciativa própria ou então obrigados pelo povo.
 
A política, tal como ela se faz em Portugal, é demasiado penalizadora para o povo. As diferentes forças partidárias, até agora, têm defendido em 1º lugar os seus interesses, mesmo que para isso tenham que trair e prejudicar o País e o povo em geral. Devem pensar que o povo é cego e surdo mas o povo ouve e vê muito bem e é isso que vem constatando ao longo dos últimos 40 anos.
 
Claro que os fundamentalistas e seguidores das doutrinas partidárias, incapazes de expressar livremente o seu pensamento, vão achar que este texto é um insulto à democracia e que o seu autor é antidemocrático. Pois bem, se criticar greves que prejudicam o povo é ser antidemocrático ou outro qualquer nome que lhe queiram atribuir, então eu sou antidemocrático e não vou mudar de opinião.
 
Custa-me ver pessoas que ganham uma miséria de ordenado mensal, ser impedidas de ganhar o pão de cada dia e outras percorrer quilómetros a pé, cansadas e desesperadas por não poderem chegar a horas ao local de trabalho.

Se eu pudesse fazer algo pelas leis deste País, defenderia intransigentemente os direitos de quem quer e precisa de trabalhar e não desistiria enquanto não encontrasse uma solução para acabar com esta aviltante situação.
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor
Autor,

Enquanto não acontecer, em Portugal, o que acontece na Grécia, Espanha e por esse Mundo fora, estas Greves selvagens, jamais acabarão.

Efectivamente, comprar um Passe, a cada início do Mês e não saber quantos Dias vai faltar ao trabalho, depois de tantas dificuldades para comprar esse Título, só pode, mesmo, acontecer com este Povo, estático, adormecido e hipnotizado!!!

De facto, com as Leis da recusa ao trabalho, que existem em Portugal, o Metro de Lisboa e as outras Empresas, devem passar os Dias a pedir a Nossa Senhora de Fátima, que haja Greves, todos os Dias.

Assim, o ML até pode pagar, muitíssimo bem, a Presidente, Gestores e Administradores!!!

Coitados, eles ganham tão pouco!!!!!

Como diz a SCML, assim, é fácil, é barato e dá MILHÕES!!

Pobre do Zé, é roubado de todas as maneiras e feitios e não tem quem o defenda.

Realmente, quem nos devia proteger, só protege o Grande Capital!
Laranjeiro, 22-05-2015