sábado, 15 de fevereiro de 2014

TRAGÉDIA DO MECO

Imagem Retirada do Google

Passaram dois meses sobre a tragédia do Meco que ceifou a vida a seis jovens estudantes e atingiu brutalmente e cobriu de luto e dor as suas famílias mas os órgãos de informação, escritos e falados, continuam a dedicar-lhe o mesmo espaço e o mesmo sancionalismo desse fatídico dia 15 de Dezembro, pisando e repisando as mesmas notícias e especulando sobre possíveis cenários, sem qualquer respeito pela memória dos estudantes desaparecidos e pelos seus familiares e amigos.
 
Pensava eu que depois da difícil tarefa de resgatar os corpos ao mar e das exéquias fúnebres, seria respeitado um período de recato para descanso e cumprimento do luto, de todas as pessoas que de alguma forma sofreram com a morte dos seis alunos, independentemente das necessárias diligências investigatórias por parte das autoridades competentes para apuramento das causas da morte.

Temos assistido a um desfile diário, nos diferentes espaços informativos das estações de televisão, das mais variadas personagens, desde familiares das vítimas, colegas estudantes das Comissões de Praxe, reitores e advogados, especialmente o causídico que representa os pais das vítimas que não perde nenhuma oportunidade para se promover, mesmo não tendo nada de novo para dizer, acabando por repetir exaustivamente as mesmas coisas.

Em Portugal, a justiça não se confina ao Ministério Público e aos Tribunais. Não há segredo de justiça que resista, tudo se sabe através da comunicação social onde o julgamento é feito, muito antes da sentença final do Juiz e, pelos vistos, este processo não foge à regra.

Lamento que uma tragédia tão dolorosa seja aproveitada pelos media para vender jornais ou fazer subir as audiências. Tudo serve para ganhar dinheiro, mesmo que à custa da desgraça alheia.

 
 

1 comentário:

Oswaldo Jorge do Carmo disse...

Exmo Senhor
Autor desta Publicação
Lisboa

Exmo Senhor,

De facto, o que a Imprensa, escrita e falada, interna e externamente, faz, com casos como este é, simplesmente, lamentável.

Efectivamente, deveria haver mais contenção e respeito, por estas Famílias.

Realmente, quando não há iniciativa, para falar e desenvolver outros assuntos, muito importantes, que nós temos,em Portugal, vingam-se nestes casos, sem qualquer respeito, até à exaustão.
Laranjeiro, 16-02-2014